Cônjuges violentos terão que usar bracelete eletrônico que protege vítima na França
A Assembleia Nacional e o Senado franceses chegaram a um acordo na madrugada de hoje sobre um projeto de lei que autoriza o uso de um bracelete eletrônico de vigilância para autores de violência contra a mulher. O dispositivo é conectado a um receptor usado pela vítima, que a previne em caso de aproximação ilícita.
O texto foi proposto pelo partido de direita os Republicanos. Ele agora deve ser votado separadamente na Assembleia e no Senado, nos dias 12 e 18 de dezembro. Se aprovado, será definitivamente adotado.
Ele também prevê a perda da guarda dos filhos em caso de violência - uma medida que provocou polêmica durante a discussão no plenário.
"Outras emendas complementares poderão ser acrescentadas durante as sessões", disse o deputado do partido, Aurélien Pradié, um dos autores da proposta.
O bracelete eletrônico, que evita a aproximação de um cônjuge violento, existe em vários países europeus. Na Espanha, seu uso permitiu a diminuição dos feminicídios de maneira significativa, localizando e mantendo à distância homens perigosos. O dispositivo emite um sinal sonoro para alertar a mulher.
O governo francês deverá investir 5,5 milhões de euros (cerca de R$ 24 milhões) nos primeiros mil braceletes, declarou a ministra da Justiça francesa, Nicole Belloubet, no Senado. Segundo ela, o prazo é necessário porque o governo deve abrir uma licitação para encomendar o equipamento.
O projeto de lei discutido ontem pelos parlamentares pode "ir ainda mais longe", indicou o deputado Guillaume Vuilletet, citando as propostas do chamado "Grenelle sobre a Violência Conjugal", rodada de debates sobre soluções contra a violência doméstica. Entre elas, a noção de manipulação psicológica, que deve ser incluída na lei. Em 2018, 121 mulheres foram assassinadas na França pelos seus cônjuges e ex-cônjuges, de acordo com o Ministério do Interior.
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