Comprar roupas e sapatos de fast fashion polui cada vez mais o planeta, diz ONG
"O planeta vítima da moda" é a manchete de uma reportagem especial do jornal Le Parisien de hoje. O diário lembra que "cada vez compramos mais roupas a preços menores. Devido a esse frenesi, os produtos duram menos, prejudicando o meio ambiente".
A reportagem do Le Parisien visitou um depósito de roupas usadas na França, onde são recolhidos produtos descartados pela população. Segundo o jornal, cada francês compra, em média, 9,2 quilos de produtos têxteis por ano. Isso faz com que, 700 mil toneladas de materiais têxteis sejam descartadas anualmente, dos quais apenas 240 mil toneladas podem ser recicladas.
O grande problema é que, devido à degradação da qualidade das matérias têxteis, cada vez mais tem sido impossível dar uma segunda vida a elas, afirmam associações que reciclam roupas usadas. Segundo a ONG Zero Waste, a culpa é da fast fashion, a superprodução da moda que tem um imenso impacto sobre o meio ambiente.
No total, 2,6 bilhões de roupas e sapatos são disponibilizados a cada ano no mercado francês: uma média de 39 peças para cada cidadão. O pior é que a qualidade desses produtos baixa a cada coleção, obrigando as pessoas a renovarem cada vez mais o vestiário.
Le Parisien dá o exemplo de como a produção de uma simples camiseta é prejudicial ao planeta. Apenas esse produto utiliza 54 gramas de fertilizantes e pesticidas e 156 litros de água. A cada camiseta produzida no mundo, 250 gramas de CO2 são despejados na atmosfera.
O diário lembra que 20% da poluição da água no planeta é decorrente das substâncias químicas utilizadas para colorir produtos têxteis, sem falar na poluição do transporte desse produto, que às vezes percorre milhares de quilômetros até chegar a seu destino final. Apenas na França, a cada ano, 520 quilos de roupas são lavadas, o que representa 12% da água consumida em cada lar.
Iniciativas para evitar poupar o meio ambiente
Le Parisien destaca que 58 grandes marcas assinaram, em 2019, o acordo "Fashion Pact", entre eles pesos-pesados do setor, como Nike, Zara e H&M. Eles prometem uma redução de suas emissões, com a utilização de mecanismos de energias renováveis, transporte verde e reciclagem.
Mas o consumidor também pode fazer sua parte, ressalta a reportagem. Cinco regras básicas podem contribuir para diminuir o impacto da fast fashion: pensar em outras opções de adquirir roupas e sapatos, como brechós ou até mesmo trocas entre amigos; prestar atenção nas etiquetas ecológicas que alertam para materiais orgânicos e recicláveis; nunca jogar produtos têxteis diretamente no lixo ou procurar associações que reciclam esses materiais. Mas a dica principal é a mais simples de todas: o que realmente pode ajudar o meio ambiente é comprar menos.
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