Brasileira lança incubadora e concurso para projetos inovadores à base de cannabis: o brigadeiro já está à caminho
Foi em um dia sofrendo de cólica, com aquela vontade de comer um brigadeiro bem brasileiro para aliviar a TPM que a mineira Maria Cordeiro recebeu a sugestão de um amigo: 'Você sabia que a cannabis pode aliviar a dor? Por que você não mistura os dois? E foi daí que saiu a ideia que já tem marca registrada, caixinha personalizada e deve começar a ser comercializada no início de 2021: brigadeiro com canabidiol (CDB), um dos compostos da cannabis que não tem efeito psicoativo.
"Você tem algo que alivia a dor e ainda é maravilhoso, isso é perfeito. A receita já está pronta, é idêntica ao do Brasil. Então a gente está muito feliz e eu principalmente em poder trazer um pouco do Brasil para os Estados Unidos através desse produto", conta a empresária, de 25 anos.
O fato de morar na Califórnia, um dos 11 estados norte-americanos que autorizam o uso recreativo da maconha, facilita transformar a ideia em realidade. O outro fator é que Maria é uma das cofundadoras do primeiro espaço colaborativo para desenvolver projetos à base de cannabis dos Estados Unidos. A sede da startup My Green Network está localizada em Costa Mesa, na Califórnia e é uma mistura de incubadora com coworking. Os interessados pagam uma mensalidade e têm direito a usar o espaço físico e equipamentos para a produção, além de receber assessoria para o desenvolvimento do produto, como testes de laboratórios e recrutamento de funcionários.
Segundo Maria Cordeiro, uma das dificuldades para uma empresa conseguir licença é aprovar o espaço físico e, neste caso, se estiverem usando uma instalação já certificada, é meio caminho andado.
"O processo de produção de produtos à base de cannabis nos Estados Unidos é muito complicado e envolve muitos gastos com taxas a serem pagas ao estado, à cidade, construção do espaço para produção e equipamentos. Essa combinação de etapas e complicações chegam a custar mais de US$ 1 milhão. É um processo muito caro e nosso objetivo em criar esse modelo foi facilitar o processo e reduzir o custo para empreendedores e trazer mais empresas inovadoras para a indústria da cannabis".
Dezessete empresas com diferentes produtos já estão associadas à incubadora e fabricam cremes, pizzas congeladas, suplementos, sorvete, barras de cereais, doces. Estar no mesmo espaço com outras empresas, segundo Maria, é também uma grande oportunidade de aprendizado.
O brigadeiro será o primeiro produto patenteado pela MyGN. Em um segundo momento, a empresa pretende lançar outra linha, com inovações focadas nos fãs de games.
Concurso: oportunidade para as minorias
A empresa que começou a ser desenvolvida em 2018 já tem plano de expansão e a próxima incubadora será em Los Angeles, mas a intenção é ter filiais em outros locais da Califórnia, em um primeiro momento, e quem sabe poder atingir o mercado internacional.
"México e Brasil estão nos nossos planos, é claro que pode demorar um pouco por causa das leis em cada país, mas vemos como um mercado promissor", diz Maria.
Enquanto a incubadora não chega em outros países, um concurso tenta atrair interessados pertencentes a minorias em empreender com produtos inovadores. A iniciativa de nome SharkTank tem o objetivo de promover uma seleção de boas ideias para oferecer a oportunidade de produção no espaço da MyGN.
"A ideia da iniciativa foi uma maneira de ajudar a entrada das minorias na indústria da cannabis, já que o processo é muito caro e rígido. O concurso está aberto para o mundo inteiro, brasileiros que quiserem podem participar também, é só ter uma ideia bacana."
Para participar é necessário ter 21 anos de idade, pertencer a uma minoria e entrar no processo seletivo, que inclui um vídeo explicando a ideia, a história pessoal e um plano de negócios. O vencedor receberá uma licença para produção de produtos (Type-S License), além de toda a assistência de advogados para a criação da empresa e da marca.
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