Ginecologista parisiense renomado é acusado de violentar pacientes
O chefe do centro de endometriose do Hospital Tenon, em Paris, Emile Daraï, denunciado por diversas pacientes, que relataram ter sido submetidas a violências físicas e verbais, e é alvo de uma investigação interna. A reportagem foi publicada com exclusividade pelo site da rádio francesa Franceinfo.
O chefe do centro de endometriose do Hospital Tenon, em Paris, Emile Daraï, denunciado por diversas pacientes, que relataram ter sido submetidas a violências físicas e verbais, e é alvo de uma investigação interna. A reportagem foi publicada com exclusividade pelo site da rádio francesa Franceinfo.
Algumas das pacientes o descrevem como um "açougueiro", relata a Franceinfo, que ouviu várias mulheres. Outras o comparam a um "veterinário" após consultas tão esperadas com o médico, um dos maiores especialistas parisienses de endometriose.
Uma das vítimas descreve que, depois de meses de espera, conseguiu um horário com o especialista. À Franceinfo, a paciente contou que o exame foi feito com extrema violência. A tal ponto que os pontos de uma operação recente que ela tinha realizado acabaram cedendo. "Senti uma dor extrema, senti que estava sangrando, comecei a me debater e soltei um grito. Ainda sinto no meu corpo uma parte dessa sensação. A gente não esquece esse tipo de coisa", relata.
Ela deixou o consultório chorando e decidiu alertar, algumas semanas mais tarde, o Conselho Regional de Medicina e o hospital Tenon. Na carta, que ela escreveu em agosto de 2014, ela denunciou os atos de violência. "Os gestos do médico são particularmente chocantes e suas práticas deontológicas são questionáveis. Sofro de uma endometriose ginecológica e digestiva e estou habituada a exames vaginais e anais. Nunca recusei esse tipo de gesto sem ter uma boa razão para isso, e estou acostumada à dor que esses exames normalmente provocam. Durante toda minha trajetória de paciente, nada se compara à violência do exame de toque retal imposto pelo Dr. Daraï", denunciou.
O clínico-geral da paciente também escreveu uma carta para o especialista dizendo que ela estava em "estado de choque" depois do exame. Depois de ser submetida a uma nova operação para, segundo ela, tratar as fissuras provocadas pelo exame brutal, ela recebeu uma carta do Dr. Daraï em casa. Ele desmentiu a versão da paciente e afirmou que seu exame clínico "é sempre praticado com delicadeza".
Outras pacientes também se queixaram do comportamento do ginecologista e descreveram a brutalidade dos exames.
Residentes presenciaram atos
A rádio francesa entrou em contato com outras pacientes e também com estudantes de Medicina que denunciaram as práticas do especialista. "Tive a impressão de estar ficando louca, mas nunca nenhum ginecologista jamais agiu desse jeito comigo", diz Lucie, outra vítima.
Uma estudante conta ter assistido a uma consulta em que o médico violentou uma paciente com o espéculo. "Tive vontade chorar. Tinha acabado de assistir a um estupro e não disse nada", declarou a residente à Franceinfo. Outros descrevem comentários de mau gosto feitos pelo médico durante cirurgias para retirar tumores do ovário em estágio avançado.
O Conselho Departamental do Conselho Regional de Medicina de Paris disse ter recebido três queixas em 2014 contra o médico, mas nenhuma paciente levou o procedimento adiante. A APHP, instituição que administra os hospitais públicos parisienses, também declarou ter recebido cinco reclamações. Segundo a APHP, uma investigação interna conjunta será realizada pelo hospital Tenon e a faculdade de Medicina da Sorbonne.
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