Na França, universidades dão licença menstrual para estudantes

Depois da Universidade de Angers, pioneira no início do ano letivo de 2023, as de Bordeaux-Montaigne, Clermont-Auvergne e Paris-Est Créteil permitem, desde o início deste ano letivo, às estudantes que sofrem com dores menstruais, de se ausentarem. Cada estabelecimento tem os seus próprios termos e condições.

O período mensal da menstruação pode ser doloroso para muitas mulheres que sofrem com cólicas, náuseas, cansaço e até vômitos. Por isso, para muitas estudantes universitárias francesas, a notícia da licença menstrual é uma vitória.

"Isso normaliza o fato de precisar de tempo para administrar as menstruações e os seus sintomas e reduzir o incômodo" deste período, diz Karima Nakache presidente da associação "Règle on ça!", que luta contra a precariedade menstrual em Angers, no noroeste da França.

Pelo menos oito universidades das 72 que existem no país oferecem agora a licença menstrual para estudantes do sexo feminino, após uma votação em Comissão de Formação e Vida Universitária. Na maioria dos casos foram estabelecidas a pedido das associações de estudantes, principalmente através de petições.

Para Hervé Jami, diretor do Serviço de Saúde Universitária da Universidade de Paris-Est Créteil, na região parisiense, o objetivo da licença é principalmente "conscientizar sobre o lado incapacitante que a menstruação pode ter", diz em entrevista ao site l'Étudiant.

Condições variam

As condições para ter acesso à licença variam segundo a universidade. Na Universidade de Angers é necessário apenas preencher um formulário on line, nenhum documento é exigido.

Outros estabelecimentos exigem que uma autorização seja entregue à administração da universidade no início do ano letivo ou alguns dias antes da licença.

Na Universidade de Créteil, os estudantes devem fornecer um atestado médico, que será válido durante todo o ano letivo. Já na Universidade de Bordeaux, os universitários não precisam de um atestado, mas devem solicitar um atestado de ausência de 24 horas.

Continua após a publicidade

O número de dias da licença também podem variar de acordo com a universidade entre 10 e 15 dias. "Nós queríamos mais dias, mas alguns professores temem que os alunos usem como desculpa para matar aulas", explica Marion Lafon, presidente da União dos Estudantes de Bordeaux.

Deixe seu comentário

Só para assinantes