Apartamento de 400 m² tem pisos antigos recuperados e mobiliário valioso restaurado
A decoração do apartamento de 400 m² estava antiquada, mas o imóvel, localizado no bairro Pacaembu, em São Paulo, reunia muitas peças valiosas, além dos bons acabamentos. A decisão do arquiteto Diego Revollo, então, foi modernizar a arquitetura de interiores, mas aproveitando peças antigas e recuperando revestimentos raros.
“A estrutura do apartamento era pesada, com muitos detalhes de gesso, molduras, colunas gregas e sancas. Nós tiramos esses adereços e o visual ficou mais limpo”, resume Revollo. Ainda assim, algumas características da construção original foram preservadas, como as guarnições largas, emoldurando portas, e os rodapés altos. “Esses detalhes mantiveram a imponência do apartamento”, justifica.
Apesar da grande quantidade de obras que foram necessárias, as divisões praticamente não sofreram alterações. Uma única parede foi derrubada. Ela criava um corredor que ligava a área social aos quartos, considerado dispensável. Sem ele, a sala de TV foi ampliada e deu lugar a uma mesa de trabalho. O espaço, além de móveis novos, teve as paredes revestidas com madeira ranhurada, que melhora a acústica e deixa a sala mais aconchegante.
A varanda funcionava como jardim de inverno. O espaço já havia sido fechado com vidros anteriormente e a decisão não foi revista. O piso, porém, foi trocado. O antigo era formado por pedras de mármore desenhadas, que, por deixar o visual pesado, foram retiradas, dando lugar a placas enormes de mármore branco. Para ocultar a área envidraçada e filtrar a luz natural desse lounge, Revollo decidiu usar telas solares brancas, instaladas em cortineiros.
Pisos e peças restaurados
A construção e a decoração do apartamento reuniam muitos detalhes preciosos, que não mereciam ser trocados. A madeira escolhida para o piso do apartamento, a peroba do campo, era nobre demais para ser desperdiçada. Por isso, fazer uma restauração foi a decisão mais acertada. O mesmo aconteceu com o mármore instalado na sala de jantar que, depois de polido, recuperou a elegância original.
Além de revestimentos, algumas peças do apartamento foram recuperadas, principalmente na sala de jantar. O lustre -modelo império, com cristais Baccarat- foi reformado e recebeu pequenas cúpulas, deixando o acessório mais moderno. A mesa também passou por uma restauração, assim como as cadeiras Jansen, peças autênticas que receberam nova pátina na estrutura e linho nos revestimentos.
Mais amplo e leve
Diego Revollo conta que, após a modernização, o apartamento ficou mais amplo e iluminado. “Muitos tons terrosos faziam parte do projeto antigo. Agora, as paredes são predominantemente brancas e o apartamento tem menos mobiliário, dando destaque às obras de arte, algumas criadas pela moradora, que é artista plástica”, conta o arquiteto.
Outra modificação que tornou imóvel mais espaçoso foi a ampliação das portas. Elas foram todas trocadas e, sempre que possível, aumentadas. “Nós elevamos o vão das portas, deixando-as mais altas”, conta ele, que lembra que isso só foi possível nas paredes onde não havia vigas. Paredes e mobiliários pretos, obras criteriosamente escolhidas e peças de designers consagrados finalizam o projeto, que deixou o apartamento atual, mas com uma vantagem das construções antigas: a amplidão dos cômodos. (VLADIMIR MALUF, da Redação)
Ficha técnica
Apartamento do Pacaembu, São Paulo
Projeto de Diego Revollo
Detalhes do projeto- Área Construída 400 m²
- Início do Projeto Fevereiro de 2009
- Conclusão da Obra Dezembro de 2010
- Projeto Diego Revollo Arquitetura
- Equipe Diego Revollo, Bruno Mattos, Marcela Guerreiro, Marcelo Herrera e Laís Minatel
- Projeto Luminotécnico Diego Revollo Arquitetura