Apê de 215 m² tem decoração simétrica e destaque para máscaras étnicas e madeira
Um apartamento que pudesse receber amigos, com cozinha gourmet, espaço para hóspedes e um dormitório para ser usado como um pequeno canto de relaxamento era o que desejavam os moradores do futuro Itapaiuna II. O material bruto: 215 m², um living com pé direito duplo e um jardim de inverno.
“O maior desafio a superar era a distância entre o living, a sala de jantar e a churrasqueira”, conta Crisa Santos, responsável pelo projeto. Os espaços eram separados por um corredor que se ligava à entrada do hall e a um lavabo. Para resolver o problema, a arquiteta apostou no poder da comunicação simétrica e horizontal pautada na continuidade de materiais e traços entre os ambientes.
A “energia” foi investida em uma grande caixa de madeira freijó, cuja combinação com o piso de taco palito cumaru fez a interligação entre todos esses espaços, sem deixar de lado a cozinha, também completamente integrada ao jantar e à churrasqueira pela linguagem de riscas horizontais da marcenaria.
Assim, aproveitando melhor o living em pé direito duplo, a arquiteta fechou o jardim de inverno, que passou a servir como extensão ao estar, decorado com máscaras étnicas colecionadas ao longo dos anos.
Além das máscaras
O toque decorativo de “cara” étnica e com detalhes em cores mais fortes, como o azul, o vermelho e o preto, foi se espalhando por todos os ambientes, mas sempre de maneira discreta.
Planta mostra a disposição do apê Itapaiuna II. O bloco deslocado é o escritório, no mezanino
Também em homenagem às memórias dos moradores, no estar, foram criadas prateleiras em madeira de demolição com fundo espelhado que propõe a potencialização do efeito do tempo sobre as recordações incorporadas aos objetos antigos de áudio e vídeo, colecionados pelos proprietários. Para dar maior textura às lembranças, veludos, linhos e sedas enfeitam poltronas, almofadas, cadeiras e sofás – um deles, herança dos avós.
Ligados, mas não inseparáveis
Para resguardar os ambientes quando desejado, Santos instituiu portas corrediças em pontos estratégicos. Por exemplo, na passagem entre a cozinha e a sala de jantar está uma estruturada em madeira e revestida por papel de parede. “Para o home theater, no entanto, criamos uma porta que pudesse ser fechada, caso os moradores fossem pegos de surpresa por uma visita mais prolongada”, diz a arquiteta.
No quarto do casal também há uma porta corrediça que separa parte do banheiro e do dormitório. Ao seu lado, um ofurô sobre deck de madeira limita o espaço da cama do usado junto à pia e o boxe, exibindo elegante mistura de tons de verde nas pastilhas de vidro das áreas molhadas. O uso comum, ou com maior privacidade do banheiro, fica garantido por um fechamento de vidro e rolos blackout, embutidos no forro.
Ficha técnica
Itapaiuna II, Panamby, São Paulo (SP)
Projeto de Crisa Santos
Detalhes do projeto- Área Construída 215 m²
- Projeto Crisa Santos
- Equipe Crisa Santos e Denise Romansina (projeto e gerenciamento)
- Colaboradores Marcio Lopes Isabel e Edson Pereira de Resende
- Projeto de Arquitetura Crisa Santos
- Projeto de Decoração Crisa Santos
- Projeto Luminotécnico Interlight