Casa arejada e com piscina é refúgio no meio da floresta amazônica
A casa do Sítio Passarim, em Manaus (AM), traduz a ideia de uma "urbanidade amazônica". Segundo o arquiteto Roberto Moita, que assina o projeto, o conceito se inspira tanto nas formas, cores e materiais da floresta, como nos da cidade e sugere a convivência harmônica entre a habitação e a natureza. "Tratamos, nesta residência, a dupla identidade da Cidade de Manaus, que é industrial e florestal, buscando um diálogo entre estes dois universos sinérgicos e complementares", justifica. Por sua originalidade, a obra foi finalista da 4ª Bienal Ibero-americana de Arquitetura.
A construção está em um terreno de 7.500 m², próxima a um dos grandes igarapés que circunda a capital amazonense. E, embora esteja na área de expansão urbana da metrópole, ali a mata ainda é densa e primária e o solo, tipicamente arenoso. Esta combinação presenteou a morada com uma prainha fluvial, que fica a poucos metros dali. Outra base para a arquitetura foram as palafitas: construções sobre estacas de madeira, comuns em regiões de muita chuva ou alagadiças, nas margens dos rios e mares.
Palafita, madeira e aço
O sistema foi usado, no Sítio Passarim, para suspender o primeiro pavimento da casa. O andar conta com uma suíte, dois dormitórios e um living integrado com cozinha íntima e varanda com mesa para refeições. A estrutura é fechada por caixilhos corrediços de aço e telas mosquiteiro de PVC ou, ainda, por painéis fixos de madeira e gesso acartonado de alta resistência.
Lá embaixo, o térreo forma um grande pátio com cozinha, estar, jantar, área de serviços e lavabo. Na área a céu aberto ficam o deck-varanda e a piscina. Tudo está totalmente integrado à mata circundante. A construção combinou ainda o aço para o vigamento dos pisos e da cobertura com a madeira nos grandes pilares à vista, apoiados sobre fundações de concreto.
Preocupação ecológica
Para que a harmonia entre construção e a natureza se mantivesse, um sistema de esgotamento sanitário foi desenvolvido. Ele minimizou o impacto ambiental a partir da adoção de fossa e sumidouro em duas células, para melhor absorção e dispersão do material pelo solo arenoso. Além disso, a água da chuva é captada por canaletas de concreto e seixos, para ser devolvida ao igarapé. "A mistura de todas essas técnicas visa adequar cada componente às condições específicas de uso da habitação", diz Roberto.
Para o arquiteto, a originalidade da obra está exatamente em sua arquitetura adaptada às exigências de Manaus, cidade que está no meio da floresta equatorial, mas que não deixa de ser um dos maiores pólos industriais brasileiros.
Ficha técnica
Sítio Passarim, Manaus (AM)
Projeto de Roberto Moita Arquitetos
Detalhes do projeto- Área do Terreno 7.500 m²
- Área Construída 270 m²
- Início do Projeto 2001
- Conclusão da Obra 2002
- Projeto Roberto Moita Arquitetos
- Equipe Roberto Moita
- Colaboradores Mercia Parente e Werner Deimiling
- Projeto de Arquitetura Roberto Moita
- Projeto de Paisagismo Roberto Moita
- Projeto Estrutural - Concreto Marcus Paiva
- Projeto Luminotécnico Roberto Moita