Com materiais de baixo custo, "vilinha" conta com triplex que acomoda casa e escritório
“É como viver num apartamento térreo, que tem um telhado.” Assim define a arquiteta Maristela Faccioli o projeto para o Residencial Vila Maida, em Santo André (SP).
A diferença é que o apartamento com o primeiro pavimento ao rés do chão, neste caso, funciona como triplex, sendo possível – ainda - adaptar um mezanino com ao menos 20 m² ao último andar, que conta com pé direito duplo e cobertura metálica curva.
Antes da Vila
O primeiro desafio era acomodar três unidades residenciais no lote restrito - de pouco mais de 200 m² - fugindo da tipologia “senso-comum” de sobrado geminado. O segundo, foi criar “casinhas” que tivessem, cada uma, pelo menos 100 m² de área útil interna, sem deixar de oferecer o recuo obrigatório para o terreno. “A casa que ocupava o local foi demolida e há uma faixa longitudinal sobre a qual não era permitido construir, porque logo ali embaixo passa a tubulação que canaliza um córrego municipal”, conta Faccioli.
Escadas ficam no ponto das unidades onde o pé direito é mais alto, o que facilita a circulação
Inteligente, interessante e destacado em relação à arquitetura da vizinhança, o Vila Maida era mesmo para ser uma construção compacta e econômica. Suas paredes são estruturais, em blocos de concreto, o que eliminou a necessidade de pilares e vigas. Nos acabamentos internos e externos, são a própria superfície aparente dos blocos - e a massa grossa e rústica - que resolvem a busca por apelo estético, se valendo das texturas.
No teto, o mesmo princípio: as lajes – constituídas de painéis treliçados - têm função não só estrutural, mas também atuam como revestimento, ao dispensarem forros.
Detalhes determinantes
As aberturas das portas e janelas combinam o vidro com abundante caixilharia de alumínio de grandes proporções, ventilando, iluminando e integrando interiores com jardins e áreas coletivas externas.
As áreas frias – cozinha, área de serviço, lavabos e banheiros – são um abuso da verticalidade: tudo está na prumada hidráulica única, evitando que a tubulação tenha que transitar de um lado para outro da casa, por dentro de rebaixos de gesso ou recortes na alvenaria. “Tudo é inserido diretamente através dos buracos nos blocos de concreto”, completa a arquiteta.
Tais blocos autoportantes e seu encaixe simples, porém, não negam elegância ao Vila Maida, e fazem lembrar que uma obra - apesar dos baixos custos – pode ser esteticamente agradável.
Ficha técnica
Residencial Vila Maida, Santo André (SP)
Projeto de Maristela Faccioli
Detalhes do projeto- Área do Terreno 200 m²
- Início do Projeto 2004
- Conclusão da Obra 2006
- Projeto Maristela Faccioli
- Projeto de Paisagismo Jardinarte
- Projeto Estrutural - Concreto Cynthia Maida, Emir Maida e Cesar MaidaNeto (Concreteste)
- Construção Concreteste