Com planta em "U", casa de 505 m² proporciona vistas privilegiadas para a cidade, as serras e mata preservada

A casa ocupa um terreno de 1.085 m² do condomínio Bosque da Ribeira, em Nova Lima, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG) que concentra uma excelente produção arquitetônica residencial.

Primeiro projeto dos arquitetos Eduardo França e Letícia Azevedo na região, a residência foi premiada em dezembro de 2011 pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil/Minas Gerais (IAB/MG) na categoria Habitação Unifamiliar.

De acordo com Eduardo França, o desenho surgiu como resposta às três principais condicionantes definidas nos encontros com os clientes: a manutenção da forma do terreno preexistente, a intenção de aproveitar ao máximo as vistas para o entorno e um programa funcional para as necessidades da casa.

Ao rés do chão, mas não muito

Assim, a conformação do lote, em aclive a partir da rua, levou à implantação do primeiro pavimento, de uso predominantemente social, na parte central do terreno.O vazio criado por essa solução no nível de acesso deu origem a uma praça, coberta por essa primeira laje, que acumula as funções de garagem e hall de distribuição.

Deste espaço propriamente térreo, partem duas escadas que conduzem a distintos ambientes da casa: a mais generosa chega ao pátio central - um jardim interno entre os cômodos - criado pela planta em "U"; a outra leva à principal circulação horizontal da casa, usada também como acesso de serviços.

Além de gerar a ampla praça de chegada, a estratégia de implantação que respeita o desnível evitou grandes volumes de escavação, proporcionou as desejadas visuais para o entorno e, por fim, ajudou a preservar a vegetação nativa, mais concentrada na entrada do terreno, onde foi criada uma espécie de bosque que antecede à casa.

Pavimentos elevados e a disposição

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No primeiro pavimento, os espaços de estar (com pé direito duplo) e jantar - elevado três metros do nível de chegada - mantêm conexão visual com as copas das árvores da entrada. A cozinha está posicionada longitudinalmente ao terreno, entre os ambientes sociais e o bloco de serviços.

Na parte posterior do pavimento foram projetadas sala de ginástica e estúdio de música. Enquanto, o segundo pavimento é ocupado por um escritório e quatro suítes: duas com vistas para a mata próxima, classificada como área de preservação permanente, outra aberta para o pátio interno e a principal, de frente para a entrada, com vistas para a cidade e para a serra do Curral.

A edificação da casa seguiu uma lógica construtiva simples, que utilizou estrutura metálica para acelerar e racionalizar a execução e ainda permitir maiores vãos livres.

Apoiada nos vigamentos, as lajes maciças de concreto foram lixadas e mantidas aparentes, exercendo a função de forro. No revestimento de pisos da área social, cozinha  e banheiros foi usado mármore. Nos quartos, madeira.

Tanto interna quanto externamente, os panos opacos de vedação em alvenaria foram rebocados, emassados e pintados na cor branca. Dos grandes planos de vidro que propiciam as desejadas vistas para o entorno, alguns são de correr - das portas da fachada frontal para o deck suspenso e das janelas do quarto -, enquanto os outros são fixos. Nessa fachada, a grande veneziana que protege o segundo pavimento do excesso de sol, também de correr, tem seu movimento acionado por controle remoto. (Éride Moura - Do UOL, em São Paulo)