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Família reforma sobrado na Liberdade e quer uma vida mais tranquila em SP

Do UOL, em São Paulo

19/11/2014 07h02Atualizada em 19/11/2014 18h40

Uma daquelas casas “com cara de vó”, das quais muita gente sente saudade e, no fundo, sonha ter. Com enormes vitrôs coloridos à entrada, grandes portas de madeira, pé direito altíssimo – que ultrapassa os três metros -, e muita, muita história para contar.

Assim parecia a casa na Liberdade, bairro central da capital paulista. A região, aliás, está cheia desses “presentinhos” históricos, que esperam pelo interesse de uma boa alma a se apaixonar e investir na manutenção do patrimônio cultural e arquitetônico da cidade.

De saída – melhor dizendo, desde a porta de entrada -, o observador se depara com um lance de escadas em madeira trabalhada, corrimão e guarda-corpo, tudo original, de perobinha do campo. O piso é em tábuas corridas de peroba rosa, formando um parquet com desenho-estrela comum nos anos 1950 e, hoje, raridade aclamada.

No piso térreo, as salas de estar e as áreas externas agora estão integradas por portas de madeira com vidros, para deixar a claridade passar, da frente para os fundos e dos fundos até a frente – a depender da posição do sol. E para quem não gosta de pouco luxo e trabalha em casa – porque com uma morada dessas, não dá vontade de sair: quintal com jardim e edícula que, além de área de serviços, abriga escritório e dá direito a canteiro de ervas e plantas ornamentais.

Estilo estrutural

O “retrofit” (reforma que visa personalizar, adaptar, recuperar e melhorar os equipamentos, a estrutura e o conforto de uma construção antiga) foi projetado e executado pelo escritório SET Arquitetura e partiu para algumas alterações estruturais que deixassem a residência mais de acordo com seu estilo original, pois detalhes haviam sido alterados desde a década de 1950, por antigos moradores. O sobrado também precisava se tornar mais funcional, para família com dois filhos e se adaptar às necessidades elétricas e hidráulicas da modernidade.

A fachada frontal foi liberada de uma laje-cobertura fechada com portão metálico que servia de garagem para carros, mas cobria e sombreava a beleza do volume histórico. Enquanto no fundo do quintal, o jeito foi demolir uma edícula pré-existente, retirar 16 caminhões de terra e construir outra nova.

A passagem do hall principal para a sala de estar, através de estreita porta, teve de ser literalmente escancarada, porque o foyer, com a escadaria e pisos clássicos de madeira, merecia ter destaque. Para tanto, foi arrancada a porta e reforçado o novo vão com dois metros de largura, através de estruturas metálicas com pilares apoiados diretamente nas fundações, além de vigas de aço.

Mas não bastava: a passagem entre a sala de estar e a de TV também precisava ser aberta para melhor aproveitamento dos dois ambientes e da luz natural que vinha da rua, através da fachada. A mudança proporcionou um aumento do tamanho das esquadrias pré-existentes e também do número de folhas da porta entre uma sala e outra, que agora se abre por completo.

No pavimento superior do volume principal, onde ficam os dormitórios, uma antiga varanda foi integrada ao quarto dos fundos, que viria a ser de uso do filho do casal. Além da incorporação do balcão, o banheiro único e original foi “dividido” e um novo se abriu para o dormitório do casal, pois há 60 anos, ninguém se preocupava em ter suíte.

Por fim, o projeto de decoração mescla romantismo, em tons de vermelho e estampas tradicionais, com tijolos aparentes, madeira crua, muitas peças com pés-palito – mesas, poltronas, sofás -, móveis de antiquário (inclusive camas) e elementos contemporâneos, como revestimentos em porcelanato.

Por R$ 400 mil reais, incluindo demolições, retirada de entulho, marcenaria e acabamentos – e toda a madeira de demolição que reveste partes do piso restaurado -, a reforma mostrou-se uma ótima opção de investimento e de qualidade de vida, para o presente e para o futuro.

Ficha técnica

Sobrado na Liberdade, São Paulo (SP)

Projeto de Flavio Cunha, SET Arquitetura

Detalhes do projeto
  • Área do Terreno 184 m²
  • Área Construída 145 m² (área construída pré-existente: 92 m²)
  • Início do Projeto 2013
  • Conclusão da Obra 2014
  • Projeto SET - Arquitetura e Construções
  • Equipe Flavio Cunha Machado e Elcio Tanaka
  • Colaboradores Flavio Cunha Machado, Elcio Tanaka, Telma Galuppo Damasceno, Renato Talasamov e Francisco Félix de Lima
  • Projeto de Arquitetura SET - Arquitetura e Construções
  • Projeto de Decoração SET - Arquitetura e Construções
  • Projeto de Paisagismo SET - Arquitetura e Construções
  • Projeto Estrutural - Concreto SET - Arquitetura e Construções e Engenheiro Rogério da Silva
  • Gerenciamento da Obra SET - Arquitetura e Construções
  • Projeto de Instalações Elétricas SET - Arquitetura e Construções
  • Projeto Luminotécnico SET - Arquitetura e Construções e OSRAM