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Reforma faz apartamento de 150 m² parecer mais amplo e valoriza espaços de uso social

20/08/2011 10h00Atualizada em 22/04/2015 19h13

Despojado, flexível, com uma forte pegada urbana. Esses são adjetivos que podem ser atribuídos ao apartamento no Panamby, zona sul de São Paulo, projetado por Guto Requena. Adepto do visual bruto e alinhado com o seu tempo, o arquiteto e designer, sempre que pode, adiciona toques de humor e certa irreverência às suas criações. Na reforma desse apartamento de 150 m² para um casal na faixa dos 35 anos não foi diferente.

Revestimentos foram substituídos, personalizando e trazendo identidade ao espaço. Madeira de demolição, fórmicas coloridas, luzes que criam diferentes ambientes e uma carta de cores vibrante transformaram um apartamento padrão em um lar contemporâneo.

O projeto buscou redimensionar os espaços e flexibilizar a planta ampliando e otimizando a área de uso coletivo. A reforma durou cinco meses, período em que algumas paredes foram derrubadas, a distribuição da maioria dos cômodos, alterada e os espaços abertos para favorecer a convivência.

Visando a flexibilidade necessária ao modo de viver dos moradores, o arquiteto lançou mão de uma série de painéis deslizantes e portas do tipo camarão. Dessa forma, os espaços podem ser abertos ou fechados, de acordo com a vontade dos usuários. Essa estratégia é notada, por exemplo, na cozinha, onde a parede que inicialmente separava o cômodo do living desapareceu, dando lugar a uma porta de correr de 2,70 m de largura.

Madeira nua e design contemporâneo

Portas camarão também dão aos usuários a possibilidade de esconder o escritório anexo à sala de jantar. Implantado em um nicho de 90 cm de profundidade, o ambiente de trabalho oferece espaço suficiente para abrigar um computador portátil e também para armazenamento. Para dar unidade ao ambiente, as portas foram pintadas do mesmo tom de cinza das paredes do living.

Por todo o apartamento, a experiência de abrir e fechar os ambientes confere um aspecto lúdico e proporciona uma interação maior entre os moradores e o espaço. O mesmo tipo de experiência é obtido com móveis flexíveis, com módulos que podem ser montados e desmontados, adquirindo múltiplas funcionalidades.

Assim é a mesa, composta por duas partes separadas que deslizam sobre rodízios e podem amparar diferentes atividades. No apartamento do Panamby, as peças podem ser utilizadas juntas, transformando-se em uma ampla mesa de jantar, ou separadas, quando viram uma confortável bancada para o escritório. O conjunto, criado no estúdio de Requena, foi desenvolvido com a ajuda de um software de modelação digital 3D que fragmentou uma grande superfície em diversos pedaços dando origem a uma espécie de patchwork de madeiras.

Painéis deslizantes

Amplas aberturas estão presentes também no setor íntimo do apartamento. Após algumas demolições, a suíte do casal passou a ocupar duas suítes da planta original. No novo cômodo, destaca-se a sala de banho, que graças aos painéis deslizantes pode se abrir para o quarto, integrando todo o espaço.

Elevada em relação ao nível do quarto, a sala de banho caracteriza-se pela atmosfera relaxante e sensual proporcionada principalmente pela iluminação (fornecida pela Reka) composta por lâmpadas dicróicas e leds azuis embutidos no forro e em uma das paredes laterais.

A iluminação, aliás, amarra todo o projeto de interiores do apartamento no Panamby, valorizando a arquitetura do lugar e proporcionando múltiplos efeitos. Para conseguir isso, o arquiteto apoiou-se no conceito de fita, que consiste em um trilho eletrificado que percorre todo o apartamento criando um desenho ortogonal no teto. “Como o trilho é facilmente reconfigurável, torna-se possível adicionar retirar spots e direcioná-los para qualquer lado”, explica Guto Requena. (Juliana Nakamura, colaboração para o UOL)

Ficha técnica

Apartamento Panamby, São Paulo

Projeto de Estúdio Guto Requena

Detalhes do projeto
  • Área Construída 80 m²
  • Início do Projeto outubro de 2008
  • Conclusão da Obra fevereiro de 2009
  • Projeto Guto Requena
  • Equipe Fabiana Silveira e Ana Carolina Bergocce (estagiária)
  • Construção Edifcon