Quando era estagiária de publicidade, Mariana Sensini largou o trabalho em uma agência consolidada para arriscar-se em um novo departamento: o de publicidade na internet. "Na época, meu diretor perguntou se eu realmente queria ir para uma área que ainda estava sendo estruturada. Era eu e meu chefe em uma salinha", fala para Universa. No fim dos anos 1990, ela, mesmo desaconselhada pelos mais experientes, decidiu trabalhar com o futuro. "Temos que ser um pouco visionários." Foi nesse passo, sem medo de seguir sua intuição e correr riscos, que a publicitária de 40 anos se tornou a primeira funcionária brasileira do Google, a conquistar espaço na gigante TV Globo e chegar, por fim, ao cargo de country manager do Pinterest no Brasil e na América Latina.
De acordo com dados estatísticos da FGV (Fundação Getúlio Vargas), metade das mulheres costumam perder o emprego dois anos após o nascimento dos filhos. Mariana viveu algo diferente. Tinha voltado havia uma semana da licença-maternidade quando foi promovida à líder do escritório do Pinterest no Brasil. Pouco tempo depois, assumiu também a gerência de toda a América Latina. O Brasil é o segundo maior mercado da plataforma em crescimento de usuários — mensalmente, a rede é acessada por 300 milhões de pessoas no mundo, sendo 38 milhões delas brasileiras.
Por entender que é papel das empresas fortalecer as mulheres de sua equipe que se tornaram mães, ela deixa claro para os funcionários qual é sua prioridade: seu filho de dois anos. "Todo mundo aqui sabe que dá o meu horário e eu vou para casa, porque preciso dar o jantar para ele", diz. Mariana sabe que tem sorte, mas acredita que mulheres podem conquistar direitos no meio corporativo e crescer mais, se seguirem o caminho mais tortuoso e arriscado que é o de estar em uma startup. "São empresas que ainda estão criando suas culturas e você pode contribuir efetivamente para fazer a diferença."