Em um sábado de manhã, fui a um hotel em São Paulo, na região do Brooklin Paulista. Acompanhada do meu namorado, caminhei até a sala de reuniões em que encontrei cinco casais, entre 30 e 40 e poucos anos, sentados atrás de mesas. Sérios e bem arrumados, eles aguardavam a apresentação de Power Point que teria início em poucos minutos. Apesar do clima corporativo, o tema da discussão, que duraria das 9h às 17h, provoca risinhos desconfortáveis nas rodas de conversas fora dali. Passaríamos a tarde discutindo e aprendendo mais sobre a arte do swing, prática conhecida como troca de casais.
Uma mulher loira, alta e magra me cumprimentou e agradeceu a presença do casal de repórteres que foi participar do workshop ministrado por ela e pelo marido. Eles são Marina e Marcio (nome que usam nas casas do ramo), casal conhecido na cena swinger de São Paulo, e do Brasil, por vários motivos. Um deles é o pioneirismo em criar a aula teórica para casais que querem entender melhor como funciona uma casa de swing antes de se aventurararem no mundo chamado de "liberal".
Confesso que tive um pouco de medo em me colocar numa sala com outros casais com a promessa de aprender sobre swing. Por uns instantes rolou aquele pensamento "eita, oito horas com um pessoal que está ali para transar??" e fiquei apostando comigo mesma em quanto tempo aquilo viraria um bacanal e eu e meu namorado teríamos que sair correndo. Mas não, troca de casais é coisa séria. É uma prática pensada que você leva para dentro de um relacionamento, não é (só) brincadeira.