"Avisa pro Brasil que o piseiro estourou", entoa a cantora Márcia Fellipe ao lado de 6 homens (Barões da Pisadinha, Victor Meira, Zeca Bota Bom & Zé Vaqueiro), já dando a pista que a presença feminina ainda é rara na pisadinha. Caso você nunca tenha escutado o ritmo, está na hora de se atualizar. A nova variação do forró tem pegada eletrônica que dá evidência ao teclado e à batida de sintetizadores e traz uma combinação de sucesso: melodias alegres com letras de "sofrência".
O sucesso está registrado em números: de acordo com o levantamento do Deezer, no top 100 de músicas mais ouvidas do Brasil, entre as 10 primeiras, ao menos 5 são de forró. No Spotify, a mesma coisa. Nomes como Os Barões da Pisadinha, Jonas Esticado, Xand Avião e Tierry dominam a lista. O sucesso da pisadinha alavancou o forró - o estilo teve um aumento de 65% em número de streamings no Deezer nos últimos seis meses.
É, o piseiro estourou. Mas se a pisadinha é um estilo que fala de amor, de bebida, de farra e de tantos outros assuntos universais, os palcos não refletem essa diversidade. Falta oportunidade para as mulheres que buscam espaço no ritmo musical que domina o Brasil. Conversamos com três mulheres representantes do estilo musical para entender os desafios que elas estão superando para fazer sucesso em um meio, segundo elas, ainda muito machista.