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O palco da Casa Natura Musical transbordou a alegria e a potência femininas na noite desta terça (19), durante o evento de revelação das vencedoras do Prêmio Inspiradoras 2023. A ginasta Daiane dos Santos lembrou da importância da representatividade e a cantora Negra Li contou sua própria história de vida cantando "Era uma vez Liliane". A coreógrafa Lili de Grammont arrancou choros da plateia ao deixar explícito o impacto do patriarcado na morte de mulheres por violência. Já a humorista Livia La Gatto fez o contrário: arrancou gargalhadas ao se apresentar: "eu sou aquela que processou o red pill por ameaça de morte." E também ao fazer piada para fazer uma crítica muito séria às fake news sobre ciências.

Já a psicanalista Manuela Xavier lembrou da importância do diagnóstico precoce do câncer de mama: "minha avó ainda poderia estar aqui." E Juliana Barros, da Avon, exaltou a importância das consultoras de beleza que fazem a diferença na vida das mulheres e comunidades onde atuam e que "trabalham todos os dias para transformar vidas".

Comandada pela atriz Dira Paes, a festa homenageou ainda a líder indígena Alessandra Korap, por sua luta em proteção aos povos originários e ao enfrentamento ao garimpo na região do médio Tapajós. Veja a seguir os nomes das vencedoras das sete categorias.

O Prêmio Inspiradoras é uma parceria entre Universa, a plataforma feminina do UOL, e Instituto Avon. A Accor providenciou a hospedagem das finalistas e Uber, o transporte.

Assista à cerimônia de premiação

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Lúcia Xavier

Aos 18 anos, já participava de ações culturais e políticas relacionadas ao enfrentamento do racismo. Hoje, aos 64, é coordenadora da ONG Criola, no Rio de Janeiro (RJ), que organiza a agenda antirracismo para melhorar o acesso da população negra à Justiça. Em abril de 2022, participou do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, em que discursou sobre violência racial e vulnerabilidade de mulheres negras no Brasil.

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Como eu, milhares de mulheres se levantam todos os dias para lutar por uma causa e para fazer justiça. Mulheres negras levantam por todas as pessoas.

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Prêmio Inspiradoras 2023: confira como foi a premiação

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Irmã Marie Henriqueta Ferreira Cavalcante

A ativista luta contra criminosos que exploram —inclusive sexualmente— mulheres e crianças na região norte do país. Por este motivo, há uma década está no programa de proteção para defensores de direitos humanos e só anda acompanhada. Em geral, ela recebe e encaminha denúncias e dá apoio às vítimas que precisam de proteção. Também já colaborou com duas comissões parlamentares de inquérito para tratar dos crimes de violência sexual e tráfico de pessoas.

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Para lutar em nossa região precisa ter muita coragem. E é o que eu tenho tido faz muitos anos. O prêmio só vem confirmar e garantir para aqueles e aquelas que dependem do meu amor e do meu serviço que eu continuarei.

Irmã Marie Henriqueta Ferreira Cavalcante

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Negra Jhô

Presença marcante no Pelourinho, em Salvador (BA), desde 1980, a baiana já perdeu a conta de quantas mulheres ajudou a conquistar autonomia financeira em diversas áreas, sobretudo na estética afro. Atualmente, ensina mulheres do sistema prisional a serem trancistas e organiza a Feijoada da Negra Jhô, evento que está na 14ª edição e reúne, além de profissionais da cozinha, músicos e outros artistas.

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Nós mulheres somos um só corpo com várias cabeças.

Negra Jhô

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Aline Silva

Ainda na adolescência, a lutadora de wrestling de São Paulo encontrou no esporte um caminho contra a vulnerabilidade social. Além de medalhas, ela conquistou educação: aprendeu inglês e cursou faculdade de educação física. Criou a ONG Mempodera, cujo objetivo é fortalecer meninas de comunidades vulneráveis em Cubatão (SP) e São Luiz (MA). Para isso, oferece aulas de luta, além de cursos de inglês e sobre direitos e história das mulheres.

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A minha história é sobre oportunidade. Só saí de uma história de quase morte por oportunidade. Vamos trabalhar juntas para criar mais oportunidade.

Aline Silva

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Maria Paula Bandeira

Desde 2016, a advogada de Recife (PE) convive com o câncer de mama metastático. Pouco depois de descobrir que a doença seria incurável, criou no Instagram a conta Lenço do Dia. Ela compartilha sua experiência e dá orientações jurídicas a quem a procura: de especialista em direito eleitoral passou a profissional de direito médico. Também criou o projeto Saúde Legal, extensão universitária sobre direito dos pacientes.

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Eu fico muito agradecida em divulgar informação de qualidade mesmo diante de uma situação que me deixa vulnerável.

Maria Paula Bandeira

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Jaqueline Goes de Jesus

Ganhou projeção no início da pandemia, por participar do sequenciamento e consequente rastreamento do coronavírus. Antes disso, já despontava como uma das mais promissoras pesquisadoras na área de infectologia do país, com trabalhos sobre os vírus chikungunya e zika. Atualmente, aos 33 anos, é professora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, em Salvador, onde se graduou em biomedicina. Também é doutora em patologia humana. Faz parte do #Team Halo, iniciativa internacional de divulgação da ciência.

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Eu realmente não esperava esse prêmio. Isso só mostra que, para nós, mulheres na ciência, é difícil acreditar que nosso trabalho importa e impacta na vida das pessoas.

Jaqueline Goes de Jesus

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Claudiana Ferreira

Em 2019, depois de ouvir e testemunhar muitos casos de violência contra mulher, a agente de saúde decidiu criar o projeto Previne Mulher, em São José da Tapera (AL). São ciclos de palestras em escolas e postos de saúde da região para tratar de saúde e segurança feminina. Além disso, ampliou a atuação e montou a rede online Tapera por Elas, em que mulheres podem buscar ajuda de forma segura.

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Lutem pelo que vocês querem, estou aqui porque muitas me inspiraram. Somos educadas em uma sociedade em que tudo o que acontece em relação à violência é culpa da mulher. E não é assim.

Claudiana Ferreira

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