"Meu cabelo representa a minha história, a minha raiz." A frase da criadora de conteúdo e engenheira Kamilla Albino resume como a redescoberta de seu cabelo crespo, após parar de alisá-lo com produtos químicos, em 2015, tem conexão com sua ancestralidade.
Como ela, muitas mulheres têm optado pela transição capilar. A busca pelo termo no Google triplicou em comparação aos cinco anos anteriores. Já as pesquisas por "cabelo crespo" tiveram alta de 10% no mesmo período e, em 2018, pela primeira vez, esse termo ultrapassou as dúvidas sobre alisamento, no Brasil. Desde então, "cabelo crespo" foi consistentemente mais pesquisado do que "alisamento" no país, segundo o Google.
Os dados mostram uma mudança de comportamento importante. "O tamanho do meu fio hoje conta um pouco do que vivi no processo de transição capilar e da minha conscientização para orgulhosamente compartilhar minha negritude", afirma Kamilla.
O processo de transição capilar para as mulheres negras vai além do cabelo. Tem a ver com orgulho, autoestima e história. É garantir que o futuro seja melhor do que foi o passado. É a celebração do ser negro.
"É preciso parar de focar as nossas dores um pouco. A gente quer falar das nossas conquistas também, das nossas potências", reforça a estilista Jal Vieira.
Ela e Kamilla, entre outras mulheres negras, estão no especial que Universa lança a partir de hoje, em três partes. Uma homenagem pelo Dia da Consciência Negra, mas não só isso. Uma forma de celebrar a beleza negra e o amor afrocentrado.