O encontro na caminhada
O clima não era muito poético quando Carlos Moura e Rosangela do Valle se viram pela primeira vez, em 2015. Eles participavam de uma caminhada noturna pelo Centro de São Paulo com um grupo que se reunia semanalmente para apreciar arquitetura e ouvir histórias da região. Naquela noite, o tema foi o Crime da Mala —caso que marcou época, no início dos anos 1900— sobre o italiano Giuseppe Pistone, que matou a esposa, Maria Féa, colocou o corpo em uma mala e a despachou para o Porto de Santos.
Nas caminhadas, o relações-públicas e jornalista também vendia livros com poesias de própria autoria. Era 25 de junho, e ele chegou atrasado para o passeio. Nada impediu que o amor o encontrasse. Levada por amigas, a corretora de imóveis foi apresentada ao "poeta" e comprou um exemplar com os textos, que logo seriam dedicados a ela, a "musa".
Depois de quatro meses e um convite para ela conhecer o "cafofo", eles começaram a namorar. Há um ano, aos 63 e 64 anos, por serem do grupo de risco, Carlos e Rosangela vivem o amor como nos tempos em que jovens apaixonados só podiam ficar de mãos dadas.
O casal já é conhecido dos leitores de Universa: no Dia dos Namorados do ano passado, leram declarações de amor em vídeo para superar a distância causada pela pandemia. Agora, falam sobre amor maduro, poesia e os planos para quando receberem a segunda dose da vacina, prevista para o final de julho.