- Nenhuma vulva é igual à outra. E os padrões de beleza que bombardeiam as mulheres também chegam até ela, sobretudo pela pornografia, trazendo a ideia de que a vulva deve ser de uma certa forma. E não deve. "Há uma variedade imensa de vulvas, de cores, tamanhos, texturas, gostos, cheiros, diferentes quantidades de pelos e por aí vai", afirma a sexóloga Paula Napolitano. E cada uma dessas variações é ok. Assim como existem pessoas altas, baixas, magras, gordas, pretas e brancas, existem vulvas maiores, menores, com mais pele, menos pele, escuras, claras, carnudas ou mais magras.
- Um lado da vulva não precisa ser igual ao outro. "Assim como nossas mamas, pés e mãos são diferentes, dificilmente sua vulva será simétrica, e isso é completamente normal", garante a ginecologista Maria Stela.
- Os pelos não estão ali por acaso. Eles funcionam como proteção natural. "Não que seja muito perigoso tirar todos eles, mas não se pode negar que se remove uma barreira, que a gente fica mais sujeita a ter pelos encravados, infecções... Os pelos nos protegem da proliferação de bactérias", diz Maria Stela.
- Grandes lábios e pequenos lábios: é assim mesmo? Bom, é assim que eles são conhecidos na medicina, mas em muitas mulheres os pequenos lábios podem ter o mesmo tamanho ou até mesmo serem maiores do que os grandes lábios. E a nomenclatura dá a entender que os pequenos lábios, necessariamente, devem ser menores, o que nem sempre acontece. Por isso mesmo, Babi Ribeiro prefere se referir a eles como lábios externos e internos.
- Todas as entrevistadas são unânimes em afirmar que é preciso naturalizar a multiplicidade de vulvas. Mas há casos em que uma cirurgia pode ser indicada. "Existem mulheres em que a pele dos pequenos lábios pode incomodar ou causar dor ao usar a calcinha ou ao entrar no canal vaginal na hora da penetração. Além disso, é preciso considerar também o desconforto estético. Eu gosto de mostrar que há muita variedade, mas se está prejudicando muito a autoestima da mulher, se inibe fantasias e faz perder o tesão, operar pode ser bom", diz Maria Stela.
- Conforme a mulher envelhece, a vulva vai perdendo tecido adiposo e colágeno, o que faz com que seu clitóris pareça maior e fique mais aparente.
- A vulva precisa ser lavada? A ginecologista Maria Stela ensina: "Somente na parte externa. Sabão é uma vez por dia, não é para ficar lavando e passando lencinho. Se você lava demais, muda a flora, a microbiota dali e tira a proteção", explica. Ironicamente, quanto mais você lava para deixar a vulva asseada e cheirosa, mais essa desregulação causada pelo excesso de lavagens pode fazer com que os cheiros naturais fiquem mais fortes.
- E tome cuidado com essa história de deixar a calcinha secando no banheiro. "A calcinha no box, secando na umidade, faz os fungos se proliferarem. Toda vez que você vai tomar banho, o vapor do chuveiro fica ali, a calcinha não pega sol e se torna o lugar perfeito para os fungos crescerem. Quando você veste e ela encosta em sua vulva, os fungos podem causar algum desequilíbrio ali e na região da vagina", diz Babi.
- Roupas justíssimas também não são boa ideia. "Se a calcinha está muito apertada, a calça jeans muito justa, o ar não circula, o que favorece a proliferação de bactérias nocivas, porque desequilibra o pH vaginal e a microbiota, que são as bactérias do bem", ensina Babi.