Aquele era um dia bom do outono de 2017. Mais cedo, havia gravado o programa no SBT, radiante com as novidades da vida — a gravidez de Manuela, que avançava pelo terceiro mês, e a busca por uma casa maior para viver com meu marido, Adriano, e meu filho, Arthur, então com cinco anos. Foi quando tive um sangramento. Não um sangramento qualquer, mas um muito forte. Severo. Fui levada às pressas para a maternidade. De lá, só sairia cinco meses depois.
Eu estava, na época, com 45 anos. Então passei a me culpar por ter engravidado naquela idade. Sentia o etarismo nas frases que me eram dirigidas, quando a idade era sublinhada em meio a outras palavras. Passei a questionar se eu tinha causado o problema. Mas a médica me tranquilizou e tirou isso da minha cabeça. Mulheres se ajudam.
Outra reação ao saber da necessidade de internação foi me perguntar como lidaria com as responsabilidades do dia a dia. E meu filho? E o trabalho?
Mas a verdade é que eu não tinha mais controle de nada. Ao compreender isso, consegui acalmar meu coração e minha alma.
Se não tivesse Deus comigo, não teria conseguido passar por essa experiência.