Erguer um hospital em tão pouco tempo envolveu uma equipe enorme comandada por Juliana. Na obra, chegaram a trabalhar 150 operários, alternados em dois turnos, totalizando 20 horas diárias. É bastante gente, sobretudo em um cenário de pandemia infecciosa. Para evitar contaminações, portanto, foram tomadas diversas medidas de cuidado.
"Além do uso de equipamentos de proteção, como máscaras, antes de começar o trabalho, conferimos a temperatura de todo mundo", diz o engenheiro Michel Rodrigues, sócio da Brasil ao Cubo e responsável pela execução.
Como vieram de diversas partes do Brasil, os funcionários ficaram hospedados em dois hotéis próximos à obra, que foram alugados para o projeto. As medidas parecem ter surtido efeito. Até o fechamento desta reportagem, não houve nenhum caso ou suspeita de Covid-19 entre os trabalhadores.
Além do empenho da equipe e do número de pessoas envolvidas, a agilidade é também resultado de tecnologia. O hospital é uma construção modular, usada pela Ambev também na edificação de cervejarias. A modalidade dispensa materiais convencionais na maior parte dos processos, como tijolos, cimento e concreto. No lugar deles, são usadas estruturas e painéis metálicos. Ao todo, foram consumidas 400 toneladas de aço doadas pela Gerdau, como parte da parceria.
Quase tudo vem pronto de uma fábrica localizada em Tubarão, em Santa Catarina, sede da Brasil ao Cubo. A técnica permite ainda a economia de água — "cerca de 85% a menos do que uma obra comum", segundo Rodrigues — e resulta em um edifício mais sustentável. Isso porque os módulos permitem um controle mais eficiente da temperatura, reduzindo o consumo energético dos aparelhos de ar condicionado, por exemplo.