Renata Fan está à frente do "Jogo Aberto", na Band, desde a estreia do programa, há 12 anos. Hoje referência quando se fala de comentarista de futebol, ela, que já foi Miss Brasil, enfrentou o que chama de "desconfiança" do mundo da bola quando estreou na TV --inicialmente ao lado de Milton Neves, no "Terceiro Tempo" (Record).
A primeira entrevista que deu, após deixar a vaga de assistente de Milton para ser apresentadora principal da atração da Band, acabou virando um quiz sobre futebol. "Saí feliz, porque eu tinha ido bem, mas completamente transtornada e revoltada porque aquilo nunca seria feito com o Datena, com o Milton Neves ou com o Flávio Prado", conta, referindo-se aos figurões do jornalismo esportivo.
Elogios dos homens
Se o mercado de trabalho ainda pode ser bastante machista, o mundo do futebol é ainda menos amistoso para as mulheres. Renata, hoje com 41 anos, é considerada uma das precursoras em sua área e conquistou o respeito dos colegas do sexo masculino.
O polêmico Leão -- famoso por seu comportamento muitas vezes agressivo com mulheres profissionais do esporte -- é um dos que já elogiaram Renata. "Ele me disse: 'Você me convenceu. Você é boa no que faz, é inteligente e criteriosa. Você trata com respeito as pessoas e é respeitada por isso'", lembra a apresentadora. "Considerei aquilo uma vitória. E acho que quando ele olha para o que já fez no passado, vê que não era o melhor caminho."
Outro que elogiou Renata foi o ex-goleiro corintiano Ronaldo Giovaneli. Ao criticar a comentarista Ana Thaís Matos, do SporTV, ele afirmou: "Renata Fan só tem uma". A atitude de diminuir uma mulher para enaltecer outra foi imediatamente criticada. E a própria Ana Thaís argumentou: "É típico do machismo rivalizar mulheres. Só que esse aí caiu do cavalo. Renata é minha amiga, incentivadora e grande referência. Em 2012, quando eu trabalhava na chefia de reportagem da Band, a Renata Fan me estimulou a buscar meus sonhos. Por isso ela é o que é. E por isso é tão difícil uma mulher construir uma carreira".
A torcedora do Internacional rebate: "Eu só vou gostar de ser mulher no futebol quando me tratarem igual aos homens".
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