Aos 11 anos tive minha menarca. Os médicos dizem que está cada vez mais cedo e hoje vemos meninas de 9 anos menstruando.
Eu chorei muito, foi um baque muito grande. Era como se eu tivesse perdendo minha infância. Queria ir à praia e à piscina e não podia.
No começo era tudo desregulado, até que virou menstruação mesmo, com tudo que vem no pacote: cólica, TPM... Tudo isso era tratado como algo normal. As mulheres mais velhas diziam que era preciso aturar, porque não havia o que fazer.
É como se recebêssemos um kit com absorventes, analgésicos para cólica e um chocolatinho para não matar ninguém. E, assim, tínhamos que lidar com isso.
Fui ao ginecologista aos 15 ou 16 anos e passei a tomar pílula anticoncepcional. Eu trabalhava como modelo para viabilizar os cursos de atuação que queria fazer. Eu estudava, pegava condução.
Sempre ouvia que era normal ter cólica e tomar remédio para dor. Tinha dias em que tomava três comprimidos para aguentar: de manhã, à tarde e à noite.
Foi um longo período assim até eu descobrir que meu problema era endometriose - o diagnóstico só veio dez anos depois, quando eu tinha 26.