Leany tem uma carreira robusta como cientista política. Em 1993, foi aprovada em concurso para trabalhar no Senado. Trabalhou com os senadores Darcy Ribeiro (1922—1997), Roberto Freire e com Rodrigo Rollemberg, sempre em cargos técnicos. Com Rollemberg, trabalhou também durante o governo do DF, entre 2014 e 2018, como secretária de planejamento.
Mudou-se para o Rio Grande do Sul há quase um ano e meio para assumir a pasta do planejamento no governo de Eduardo Leite (PSDB), a quem foi indicada pelo economista Pedro Nery, conhecido de ambos. Chegou para enfrentar o desafio de executar reformas estruturais e administrativas no estado.
"A reforma foi um sucesso e, esse ano, a ideia então era tocar as privatizações, temos algumas encaminhadas, e fazer a gestão do dia a dia. Ninguém esperava que ia cair uma bomba dessa, uma pandemia!", diz.
Leany gosta de ressaltar outro aspecto em sua história. Ela é mãe de três pessoas: dois "meninos" de 31 e 24 anos, e uma "menina", de 29. "Eu adoro ser mãe. Acho que é das melhores coisas da vida. Eles são meu grande legado", diz ela que começou cedíssimo. Ficou grávida pela primeira vez aos 17 anos, todos do mesmo casamento, que durou uma década.
Com as crianças sempre por perto, graduou-se em letras e seguiu carreira acadêmica na área de ciências políticas. É uma carreira acadêmica impecável — ou "by the book", como ela brinca. Durante o doutorado, pela Universidade de Brasília, morou um ano nos Estados Unidos, graças a uma bolsa de estudos American Political Science Association/Fulbright. Mais tarde, fez pós-doutorado nas universidades Oxford, na Inglaterra, e Princeton, nos Estados Unidos. Também tem livros e dezenas de artigos publicados. Sua tese de doutorado ganhou prêmios (melhor tese de ciência política da América Latina e da Capes).
Por tudo isso, ela não esconde o orgulho. Mas a grande realização profissional é outra e recente: "Eu fiz coisas muito boas, mas as coisas que eu escrevi não mudavam a vida das pessoas. Elas me deram muitas habilidades que eu trouxe para o setor público. Mas, agora quando eu sento numa reunião, os outros secretários falam assim: 'Leany, tu que é dos dados...' Ah, eu me encho toda. Gosto muito de ser a pessoa que traz a síntese embaixo dos braços."