À frente da luta por acessibilidade e visibilidade, mulheres com deficiência ocupam espaços na internet e nas ruas. De diferentes etnias, sexualidades e histórias, elas celebram a pluralidade e reafirmam que não dá para reduzir ninguém à deficiência que tem. Cada uma a seu modo, estão na marcha contra o capacitismo — atitudes discriminatórias, conscientes ou não, que subjugam a autonomia de alguém e que revelam o preconceito contra pessoas com deficiência.
Nesse 3 de dezembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (PCD), data instituída pela ONU em 1992 para promover a igualdade de oportunidades a todos os cidadãos, essas ativistas do anticapacitismo reforçam que, dentro e fora das redes sociais, a militância é sobre resistência, seja publicando fotos no Instagram sem esconder as deficiências ou lutando por políticas públicas que atendam à população com deficiência — no Brasil, são 17,3 milhões de pessoas com dois anos ou mais que têm alguma deficiência, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, divulgada neste ano pelo IBGE. Esse número representa 8,4% da população total.
Há duas leis que garantem os direitos desse grupo: a Lei de Cotas e a Lei Brasileira de Inclusão, respectivamente, de 1991 e de 2015. Mas, em um país plural e pouco inclusivo como o Brasil é preciso entender as diferentes identidades de pessoas com deficiência. Só assim será possível dar conta da diversidade dentro dessa fatia populacional, aponta Fatine Oliveira, mulher cadeirante de 37 anos.
"Quando uma pessoa com deficiência é uma mulher, negra, pobre, ela pode viver a opressão do capacitismo, mas também pelo racismo e pelo machismo. No Brasil, é impossível deixar de fazer essas relações. E vejo que nos movimentos sociais e nas esferas de poder ainda não há a noção dessa diversidade entre as PCDs", afirma Fatine, que é mestre em Comunicação Social e integrante do Afetos: Grupo de Pesquisa em Comunicação, Acessibilidade e Vulnerabilidades pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A seguir, conheça mulheres que batalham por acessibilidade e respeito, trabalhando autoestima, visibilidade e direitos.