MULHERES SEM FILTRO
Em seus 3 anos, Universa se tornou espaço para ideias e opiniões inspiradoras. Veja o que grandes mulheres já disseram por aqui
Adriana Küchler
Colaboração para Universa
Em seus 3 anos, Universa se tornou espaço para ideias e opiniões inspiradoras. Veja o que grandes mulheres já disseram por aqui
Adriana Küchler
Colaboração para Universa
Ligue o áudio para acompanhar os trechos em vídeo
Revelações surpreendentes, opiniões fortes, desabafos sinceros. Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher e também data na qual Universa comemora 3 anos, reunimos aqui as declarações mais marcantes dadas por grandes personalidades femininas na seção Sem Filtro.
Neste espaço, a escritora Fernanda Young deu uma de suas mais inesquecíveis entrevistas, na qual abriu o jogo sobre depressão e o fato de creditarem o brilhantismo de suas obras ao marido, o roteirista Alexandre Machado. A cantora Elza Soares, ela mesma uma vítima da violência doméstica por anos, decretou que este é o mal do século.
Ser mulher pode ser ao mesmo tempo cansativo, como nos afirmou Paula Lavigne, e superlegal, como definiu Laerte. Mas, no fim das contas, como nos disse Luiza Brunet, o que a gente não pode mesmo é ficar quieta.
"Num momento de grande dor, que foi, sem sombra de dúvidas, um dos mais dolorosos da minha vida, eu fiquei loira. E todo mundo me falou: 'Você está louca, loiro dá um trabalho louco, você vai ter que ficar o dia todo no salão'. Onde está a contradição disso? Eu tinha necessidade de mostrar uma força que não é o loiro que mostra, mas é a trabalheira de mantê-lo. Loira, coloco um batom vermelho e mostro que estou firme"
A escritora, atriz e apresentadora, aos 47, falava sobre como enfrentou a doença do marido na estreia da seção Sem Filtro, em agosto de 2017, dois anos antes de sua morte
"Era doloroso assistir à Xuxa. Eram só paquitas loiras, e eu e a minha irmã nunca podíamos ser paquita nas festas. Isso é muito doloroso para uma menina negra, sobretudo da minha geração, porque a gente não tinha representação nenhuma na mídia"
A filósofa e escritora fala sobre a infância nos anos 1980 e a falta de representatividade das meninas negras na televisão, em entrevista publicada em dezembro de 2017
"É uma sensação horrorosa você apanhar de um homem aos 54 anos. Ou aos 30. Não importa a idade. Fiquei assustada, envergonhada, com medo de ser julgada. Mas eu me sinto muito orgulhosa [por ter denunciado], fui muito corajosa. Como é que eu ia sair na rua com o olho roxo, com quatro costelas quebradas e ficar quieta? A gente precisa denunciar"
A empresária e ex-modelo comenta como reagiu à violência que sofreu do ex-companheiro Lírio Parisotto, em entrevista de março de 2018
"Eu não gostava de ser mulher. Me acostumei. Não sei dizer se eu gosto. Hoje em dia, a luta do feminismo vai ajudando a gente [a gostar]. Mas é muito difícil. Na adolescência, ser refém dos hormônios. Depois, você tem filhos e aquilo muda. E ainda vou ter que encarar uma menopausa pela frente. É cansativo ser mulher"
Em entrevista de março de 2018, a produtora afirma também que "é muito melhor ser mulher de Caetano Veloso do que de um idiota"
"Bolsonaro é racista, homofóbico, grita com mulher. As pessoas que têm amor pela vida e respeitam os outros não querem ter um presidente assim. Ter ódio de um cara só porque ele é travesti é muito estranho. Talvez esse ódio tão radicalizado seja uma atração, né?"
Às vésperas da eleição de 2018, a cantora falava em entrevista a Universa sobre o então candidato e hoje presidente Jair Bolsonaro, dizendo que todos deveriam se unir contra o ódio
"Vivi 50 anos como homem e não tive problemas em ser homem. Essa coisa de 'nasci no corpo errado', para mim, não. Eu estava no corpo certo o tempo todo. 'Então, o que você está fazendo?' Sei lá, estou aqui usando a minha minissaia. E é superlegal. E estou me sentindo muito bem"
A cartunista, aos 68, fala sobre se assumir como mulher trans, em entrevista de junho de 2019
"Não permita que isso aconteça com você. Saia denunciando, largue tudo e vá embora, porra. Anda! Mas não aceita a violência. A mulher tem que saber se defender. É o mal do século. Aliás, acho que é mal da vida toda"
A cantora, que enfrentou violência doméstica no primeiro casamento e no relacionamento com Garrincha, diz em entrevista em novembro de 2019 que até hoje fica pasma com agressões contra mulheres
"Você não vai me xingar com alguma coisa que eu sou. Eu sou sapatão mesmo. Eu amo uma mulher mesmo. Não tenho nenhuma vergonha, nenhum medo disso"
A atriz se une ao coro de lésbicas que querem ressignificar o termo sapatão e conta que algumas atrizes são proibidas por contrato de falar sobre sexualidade, em entrevista de junho de 2020
"Na formatura da oitava série, eu fui escolhida para ler minha redação. Cheguei antes pro ensaio. Quando eu saí, uns meninos me tacaram ovo. Eu estava de rolinho na cabeça, para chegar arrumada na formatura. Eu fiquei muito chocada, muito traumatizada. As pessoas se ofendiam muito de eu ser preta e tirar nota alta"
A cantora que virou a rainha das lives durante a pandemia narra racismo que viveu na pré-adolescência e diz que "ser referência" é novidade pra ela, em entrevista de julho de 2020
"Após a lipoaspiração, eu fiquei igualzinha à [Kim] Kardashian. Só que isso, na minha cabeça, não bateu direito. E aí veio a minha tentativa de suicídio. Três meses depois, eu me matei. Eu me intoxiquei e dormi. Mas me salvaram. Eu estava com o corpo perfeito, eu tinha acabado de ficar perfeita. As pessoas me desejavam. Mas, quando eu cheguei lá, não tinha lá. Quase morri por causa de uma coisa idiota. Mas, naquela época, a minha vida inteira era o meu corpo. Era só isso"
Aos 31, a ativista antigordofobia, influencer e defensora do Movimento Corpo Livre fala sobre a obsessão por magreza e a lipoaspiração malsucedida que ganhou dos pais aos 23, em entrevista de janeiro de 2021