"Não lembro exatamente como tudo começou. Talvez em 2010, pode ter sido antes, perdi essa precisão... Uma vez, num leito de hospital, já com o Hector doente do câncer, eu fiquei com muito medo de que ele não fosse voltar.
Naquele momento, despertou uma angústia em mim, de saber que ele poderia não mais existir. Como eu não ia registrar isso? Logo eu que estou sempre com uma câmera na mão? Falei: 'Vou fazer um documentário sobre você'. Ele perguntou: 'Quando começa?'. Disse: 'Já comecei'.
Foi assim, no hospital, que contei para ele da ideia de fazer esse filme. Eu e o Hector tivemos um encontro cinematográfico, intelectual. Natural que fosse assim até o fim. A gente queria transformar essas dores em arte, em coisas bonitas, ressignificar essa dor em beleza.