Como pretende colocar as contas da cidade em dia, caso seja eleita?
A situação financeira do Rio demanda uma gestão responsável e equilibrada, capacidade de articulação junto aos governos estadual e federal, racionalização dos gastos e adoção de ações e estratégias ousadas que contribuam para a recuperação econômica da cidade no pós-pandemia. Devemos ainda adotar medidas realistas de aperfeiçoamento da arrecadação, sem aumento de impostos, e buscar um modelo de gestão transversal, que evite a sobreposição de esforços, aumente a eficiência da máquina pública e promova a colaboração entre os diversos órgãos responsáveis pelas políticas públicas.
Como acredita que a crise do coronavírus pode vir a afetar um futuro governo seu?
O novo normal é algo ainda desconhecido por todos nós. O futuro pós-pandemia será um difícil desafio para todos os gestores. Sendo assim, mais do que nunca, políticas públicas eficientes e objetivas são fundamentais.
Vai ter Carnaval em 2021?
O Carnaval é a cara do Rio. Mas, neste momento, a saúde e a preservação da vida são os fatores mais importantes. Sem vacina, não seria prudente a realização do Carnaval.
Como pretende tirar a cidade do domínio de milícias?
A milícia deixou para trás o kit gás, o gato ou a venda de segurança. Hoje, ela é empreendedora. O combate às milícias pressupõe uma ação coordenada entre os três níveis de governo, a mobilização das polícias civil, militar e federal, o uso de inteligência e a adoção do policiamento de proximidade nas regiões dominadas pelo medo imposto pelas milícias. E a prefeitura precisa desempenhar um papel ativo nesta articulação, oferecendo suporte às ações policiais, ampliando a fiscalização de obras e serviços prestados por grupos criminosos. É preciso assegurar o ordenamento urbano e inibir a prática de condutas ilícitas nos espaços públicos da cidade, contribuindo para a asfixia financeira destes grupos criminosos que atuam contando, muitas vezes, com a omissão dos órgãos municipais.
Como pretende diminuir os altos índices de violência contra a mulher?
A redução dos índices de violência contra a mulher passa pela ampliação da capacidade de resposta do poder público, que envolve o incremento das ações de prevenção e repressão qualificada a condutas violentas, o aperfeiçoamento do atendimento à mulher vítima de violência, o uso de inteligência e a garantia de medidas protetivas e de acolhimento. É preciso ainda capacitar agentes públicos nas áreas de saúde, educação e assistência social para a pronta identificação de situações de violência doméstica e familiar e garantia de atendimento adequado em todas as portas de entrada da administração municipal. Parcerias com as polícias civil e militar são fundamentais, visando a melhoria do policiamento em áreas estratégicas e a investigação em situações críticas de ameaças e agressões.
A mulher que mais marcou a política carioca nos anos recentes foi a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. Você teme por sua segurança?
Já fui vítima de um atentado, em 2019, quando ia para a missa com a minha mãe. Meu carro foi alvejado por vários tiros, e o motorista, ferido. Desde então, vivo com escolta oficializada. Aprendi a conviver com isso, já são mais de dez denúncias de ameaça de morte.