1991. Aos 26 anos, a jornalista e escritora americana Naomi Wolf lança "O Mito da Beleza". O livro se torna um marco no debate sobre feminismo, mostrando como pressões estéticas atuam para controlar mulheres. A obra sustenta que quanto mais ocupadas estivermos tentando ser magras e bonitas, menos tempo e energia teremos para nos emancipar intelectual, sexual e economicamente.
2021. A discussão sobre a opressão da beleza ganha força no Brasil e coloca o "O Mito da Beleza" na lista dos livros mais vendidos do país. Ao mesmo tempo, Naomi tem sua conta suspensa no Twitter duas vezes no período de três meses, por disseminação de informações falsas sobre a pandemia — para ela, a crise sanitária seria um mecanismo de controle das empresas de tecnologia coletarem dados pessoais, inclusive por meio das vacinas. O lockdown, uma medida de regimes totalitários, e o uso de máscaras, uma afronta às liberdades individuais.
"Não sou negacionista do coronavírus, mas quanto mais entendo a ciência, vejo que há mais danos nessas políticas de isolamento do que benefícios", diz a escritora nesta entrevista a Universa, contrariando dados divulgados por organizações científicas internacionais. "Minha preocupação é que essa crise sanitária sirva de desculpa aos tiranos e às corporações de todo o mundo para nos manter isolados, restringidos da nossa liberdade para sempre."
Na conversa, Naomi também fala sobre feminismo, analisa o avanço da luta pelos direitos das mulheres no Brasil, a obsessão neurótica pela juventude e como o machismo age na esfera política.