Bruna Linzmeyer gosta de dizer que viu o mundo "fazer uma curva". E que tal curva converte a seu favor. Aos 27 anos, ela faz parte de uma geração de jovens mais livres e conectadas com seus desejos: desde questionar a necessidade de se depilar até a coragem de assumir sua sexualidade. Bruna foi uma das primeiras atrizes a falar abertamente sobre sua identidade lésbica-queer.
Com sua visão doce, ela vive com tranquilidade no universo que construiu: o das paredes descascadas do apartamento que virou meme, onde ela abraça suas estranhezas, questiona a necessidade de "caber em caixinhas estéticas" e vive seu amor mesmo que algumas pessoas não considerem "normal" — desde o começo do isolamento social, ela e sua namorada, a DJ Marta Supernova, estão morando juntas. "O mundo fez uma curva muito recentemente. A gente despertou para as questões LGBTQ+, para as questões de gênero e estamos começando a fazer isso na questão de raça", diz.
Bruna tem um discurso afiado. É consciente de seus privilégios de mulher branca e dentro do padrão considerado bonito pela sociedade, mas também está pronta para defender a luta pelos direitos LGBTQ+. Normalizar uso da palavra sapatão é uma delas. "O xingamento que eu mais escuto quando querem falar da minha sexualidade é 'isso que você vive não é normal'. Então, eu sou anormal?", diz.