O macacão camuflado denuncia que ela está preparada para a guerra. Ou caça, como anuncia na letra de "Kaça", no álbum recém-lançado "Ambulante". Ela não vai mudar, nem se rotular, avisa.
Karol é menor do que parece na TV, mas seu 1,65m fica gigante quando ela chega, com uma caixinha de som, liga uma playlist de soul e incendeia o estúdio com respostas ácidas e rápidas: "o racismo queima, mas nunca vão me ver chorar por causa disso", diz, olhando fixamente para a câmera. E sobe num salto plataforma de cerca de 25 cm. Gigante, mesmo.
Precisa falar de tudo?
Seguindo a letra da música, ela realmente criou a própria lei quando o assunto é assédio: "Já parti para a agressão física", diz. E quando é solidão, também: "Não acredito em monogamia ou que um dia vá encontrar um grande amor".
Aos 32 anos, metade deles em cima dos palcos e há dois apresentando o "Superbonita", no GNT, cuja nova temporada estreia no sábado (16), ainda é capaz de assustar a mãe quando desembesta a falar: "Ela sempre fica com frio na barriga quando dou entrevista". E leva puxão de orelha do filho adolescente de 13 anos: "Ele diz: 'Não precisa mais falar isso, né?'", ela cai na risada. Precisa, sim.
Sem nunca gaguejar, com gestos que podem ser ensaiados, mas parecem espontâneos, e olhar penetrante, nada mesmo deve abalar suas estruturas. Isto é, até falar de um caso de estupro cuja vítima era criança. Aí ela não consegue conter as lágrimas. "Falei que não ia chorar e chorei". Acontece.
Veja melhores momentos da entrevista com Karol Conka no canal de Universa no Youtube