De pernas cruzadas, Nanda Costa está respondendo às primeiras perguntas para esta entrevista a Universa quando seus olhos se enchem de lágrimas. Ela observava um bem-te-vi no terraço de sua casa, na zona sul do Rio de Janeiro. Falava, naquele momento, sobre as semelhanças entre a Érica da novela global "Amor de mãe", de Manoela Dias, e a própria criação, cercada de mulheres na cidade histórica de Paraty, na costa verde fluminense.
"Meu pai foi embora quando eu tinha um ano de idade e fui criada por uma mãe adolescente, de 16 anos, pela minha avó e o meu avô. Ele foi a figura paterna mais incrível. E, quando morreu, em 2009, pousou um bem-te-vi em cima do caixão. Esse bem-te-vi ficou em casa durante um mês. Agora sinto a presença dele", ela justifica a emoção.
Foi essa figura masculina que atendia por José Campos quem incentivou a artista de 33 anos a seguir a carreira e "mirar no Oscar". Foi também o primeiro a compreender —e apoiar — o relacionamento da neta com outras mulheres: "Você não está fazendo nada errado", ela repete a frase que ouviu do avô à época.
Casada com a percussionista baiana Lan Lanh e com planos de expandir o amor que recebeu em casa junto à companheira — Nanda congelou os óvulos no ano passado —, a atriz fala ainda sobre a estreia num filme internacional, sobre a depressão em nome da beleza e como dribla assédios de quem ainda acha que consegue algo com isso: "A partir do momento em que eu declarei o meu amor, as pessoas vieram com mais carinho".
É ou não um amor?