Dor, falta de lubrificação, vergonha do corpo. De acordo com uma pesquisa realizada em 2016 pelo Prosex (Projeto de Sexualidade da Universidade de São Paulo), metade das brasileiras não chegam ao orgasmo quando transam. Pior: falar sobre sexo ainda é um estigma para muitas.
Algumas empreendedoras, no entanto, estão tentando romper preconceitos e trazer a discussão sobre sexualidade feminina para o centro do debate —e também do consumo. Cada vez mais, marcas de bem-estar sexual feminino se destacam no mercado brasileiro, reinventando produtos e a maneira como as mulheres enxergam o prazer. Esse movimento busca distanciar o sexo e a masturbação da vergonha e de tabus para lá de datados e aproximá-los mais dos conceitos de saúde, bem-estar e autoconhecimento. Ganhou o nome de "sexual wellness" —e o status de autocuidado.
A masturbação é um momento de autocuidado, afinal de contas você está fazendo amor com você mesma
Essa é uma ideia defendida por Clariana Leal, sócia da Climaxxx, loja online focada no prazer da mulher que, além de vibradores, vende cremes, velas e outros itens eróticos. Produtos com cuidado estético (prontos para sair no Instagram), pegada holística e até veganos. Distantes das sex shops e mais próximos do seu ritual de beleza. É assim que o mercado do sexual wellness tenta reposicionar os produtos eróticos: agora, como o skincare, o "ppkcare" quer fazer parte da sua rotina de cuidados diários.