Sexoterapia#26: Saí de um relacionamento abusivo e criei uma sociedade secreta de swing
de Universa
21/08/2020 04h00
Camila era uma mulher insegura com seu corpo, com a autoestima abalada pelo seu peso e pela relação problemática que teve com a família durante sua adolescência. Por influência de um amigo, entrou para uma igreja evangélica aos 23 anos e virou praticante fervorosa, "dessas que não corta o cabelo e usa saia comprida". Entre os preceitos a serem seguidos na igreja, estava a repressão sexual. "O sexo fora do casamento era proibido. Até por isso, as pessoas se casavam tão cedo", diz.
Foi o que aconteceu com ela. Se casou aos 26 anos com um homem da igreja que lhe parecia caridoso e gentil. Até a primeira noite que passaram como casados. "Ele me bateu quando eu procurei sexo, na lua de mel. Na cabeça dele, mulher que tomava a iniciativa era vagabunda, então ele me bateu e me jogou com um chute para fora do quarto do hotel", relembra. Sem coragem de se separar, ela passou três anos sofrendo violência e sendo humilhada e reprimida sexualmente.
Durante todo esse tempo, Camila mantinha como confidente um amigo de adolescência, que era casado, mas apaixonado por ela. Foi ele, o Ed, que a resgatou desse relacionamento tóxico e a ajudou a recuperar sua autoestima e seu gosto por sexo. Mais: a conduziu para um relacionamento liberal que culminou na criação de uma sociedade secreta — a Volulptas, que promove festas de swing e tem hoje com 40 mil inscritos.
A história de Camila é contada em detalhes na quarta temporada do podcast Sexoterapia, que estreia nesta sexta (21), com oito episódios. A cada sexta, uma nova história.
Camila — a Dama de Espadas
Camila e Edgar são nomes fictícios adotados nas fantasias do casal Samantha e Eduardo. Aos poucos, as brincadeiras eróticas feitas com vibradores e imaginação abriram espaço para a vontade de conhecer mais sobre o universo do swing. "Passamos a transar fantasiando situações que envolviam outros parceiros. Depois, fizemos um perfil em uma rede social de swing e ficamos como observadores. Até que chegou um momento que deu vontade de ver como aquilo funcionava na prática", conta Camila. A primeira experiência não foi boa. Nem a segunda. Nem a terceira. Mas o desejo de experimentar permaneceu até que eles se encontraram na prática. "O swing não é uma coisa simples. Há regras, etiquetas. É preciso saber se posicionar, se relacionar", explica Camila.
Apesar de curtir o clima das casas de swing, Camila sentia falta de um ambiente mais seguro, daí a ideia de criar uma rede de swingers. "A diferença do Voluptas para as casas de swing é que as pessoas se conhecem, existe uma troca de ideias além do sexo. É como se fosse uma grande comunidade de amigos que transam", define Camila.
Para se aprofundar no universo do swing
- Programa "Swing não é bagunça", da TV Sexlog, apresentado pela Dama de Espadas
- Livro "Um Sábado no Paraíso do Swing - e outras reportagens", vários autores, editora Panda Books
- Livro "Sociedade Secreta do Sexo", Marcos Nogueira, editora Leya
- Perfil @ela.damadeespadas
- Apps para sexo a três Ysos e Feeld
Acompanhe o Sexoterapia
Swing é o tema do vigésimo sexto episódio do podcast Sexoterapia, que em sua quarta temporada vai mergulhar na história de uma única personagem.
Sexoterapia vai ao ar às sextas-feiras e está disponível no UOL, no Youtube de Universa e nas plataformas de podcasts, como Spotify, Apple Podcasts, no Castbox e Google Podcasts. A quarta temporada tem oito episódios.