Sexoterapia #40: "Frequento casas de swing para ver minha mulher transar com geral"
Ser chamado de corno é considerado uma ofensa grave para a maioria dos homens. Pelo menos publicamente. Entre quatro paredes, no entanto, o estigma pode se tornar combustível sexual para alguns. É o caso de Willian*, 35 anos, de Curitiba. Ele se descobriu cuckold — termo original, traduzido do inglês que se refere ao homem que tem o fetiche de ver sua mulher com outros homens — há cerca de cinco anos, por influência de uma mulher que o levou a uma casa de swing. "Na primeira troca de casais, o que mais me encheu de tesão foi ver a minha parceira transando com outro cara. Desde então, comecei a frequentar casas de swing para ficar olhando minha mulher transar com geral", contou ao podcast Sexoterapia (veja a íntegra do depoimento a partir do minuto 17:54 ).
Willian não está sozinho. O pesquisador Justin Lehmiller do Instituto Kinsey, entrevistou milhares de norte-americanos e descobriu que 58% dos deles já fantasiaram em assistir a suas mulheres fazendo sexo com outros homens. No Brasil, a curiosidade sobre o termo cuckold vem ganhando popularidade também. As buscas no Google pela palavra aumentaram quase 800% durante os últimos 15 anos.
Brincadeira de adultos
Ana Canosa, sexóloga e apresentadora do podcast, explica que o fetiche também está presente entre o público feminino. São as chamadas cuckqueen, mulheres que sentem prazer em ver seus parceiros fazendo sexo com outras. "Esse tesão está ligado a ver a parceria como um ser desejado, o que o torna mais interessante, e também com subjugação, humilhação. A pessoa que observa é a excluída, e isso gera ciúme, competição, levando à excitação", diz.
O escritor Fabio Chap, criador e narrador do aplicativo Tela Preta, plataforma de áudios eróticos, acrescenta que, existe também uma influência da pornografia nesse fetiche. "Trata-se da concretização do que o cara viu nos filmes pornôs durante anos: outro homem transar com uma mulher na frente dele. O cara é a materialização do ator e a mulher dele da atriz, só que ao vivo", diz.
Por mais que um fetiche possa parecer estranho ao olhar dos outros, entre quatro paredes tudo é permitido — desde que os parceiros estejam de comum acordo e a prática não prejudique ninguém. "O sexo é uma grande brincadeira de adultos, e desde que seja feita com consciência, está tudo bem brincar de maneiras diferentes", conclui.
Para saber mais
- Streaming: Tela Preta, primeira plataforma de áudios eróticos do Brasil (serviço por assinatura)
- Livros: "Maldade Demais", Fábio Chap; "Fetiche, Moda, Sexo e Poder", Valerie Steele
- Filme: Kiki, Paco León (2017)
- Instagram: @fetiche.pes
- Aplicativos: Ysos (para quem procura swing e ménage); FET (disponível para iOS, espécie de Tinder Fetichista); Kink'd (aplicativo fetichista voltado mais pra BDSM, disponível para Android e iOs)
Acompanhe o Sexoterapia
Fetiches é o tema do quadragésimo episódio do podcast Sexoterapia. A quinta temporada do programa é dedicada a refletir sobre dilemas masculinos. Nesse episódio, as apresentadoras Marina Bessa, jornalista, e Ana Canosa, sexóloga, recebem o escritor Fábio Chap.
Sexoterapia está disponível no UOL, no Youtube de Universa e em todas as plataformas de podcasts, como Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e Castbox.
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