De coroa da realeza a sequestro: conheça histórias curiosas de Aparecida
Todos os anos, milhões de romeiros vão até a cidade de Aparecida visitar um dos maiores templos católico do mundo: o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, considerado a ‘casa’ da padroeira do Brasil. Localizado a 188km de São Paulo, ele recebe visitantes vindos de todo o país, além do exterior, que procuram o local para orar pela santa, cuja imagem fica exposta em um retábulo de 37 metros de altura no interior da Basílica.
Lá, são realizadas celebrações eucarísticas que chegam a reunir 30 mil devotos em torno do altar central. Já nas celebrações externas, a capacidade é para 300 mil. Receber tantos peregrinos é possível apenas porque o local possui um dos maiores estacionamentos da América Latina, com 285 mil metros quadrados de extensão e capacidade para dois mil ônibus e três mil carros de passeio, além de receber motos, bicicletas e motorhomes.
Às vésperas do feriado de 12 de outubro, considerado o dia oficial dela no país, o UOL Viagem separou alguns fatos e curiosidades sobre a cidade paulista. Confira!
Primeiro milagre
Tudo começou no longínquo ano de 1717, quando a população de Guaratinguetá (SP) precisou organizar uma festa para receber a comitiva do governador da capitania. Mesmo não sendo um período propício, três pescadores foram para o rio Paraíba do Sul atrás de peixes com o intuito de servir os ilustres visitantes. Após diversas tentativas, todas sem sucesso, eles oraram pedindo ajuda para a mãe de Deus e, logo, a rede de pesca voltou com uma imagem de Nossa Senhora da Conceição quebrada. A cabeça apareceu na tentativa seguinte, quando a rede foi jogada em outro ponto, e se encaixou perfeitamente no corpo da estátua. Então, milagrosamente, os peixes passaram a surgir de forma abundante.
Bênçãos e mais bênçãos
Após o episódio do barco, a imagem passou 15 anos na casa de um dos pescadores, Filipe Pedroso. Ali, os amigos e vizinhos se encontravam para rezar e agradecer as graças alcançadas com a ajuda da virgem 'aparecida'. E elas começavam a se multiplicar: velas apagavam e acendiam de repente durante as novenas, um escravo acabou liberto após suas correntes se quebrarem enquanto ele rezava para Nossa Senhora e um cavaleiro, que passava pela região e zombou da fé dos romeiros tentando entrar com o cavalo na igreja para destruir a imagem, teve as patas do animal presas na escadaria.
Família real
Em 1745, foi construída uma capela de taipa e pilão dedicada a santa no morro dos Coqueiros, atual Praça Nossa Senhora Aparecida. O imperador Dom Pedro I, juntamente com uma grande comitiva, fez uma visita a capela em 20 de abril de 1822 com o intuito de homenagear a imagem milagrosa. Também passaram por lá Dom Pedro II (em 1865) e a princesa Isabel (em 1868), que doou uma coroa de ouro para a imagem. O local acolheu os fiéis durante 145 anos, até 1888.
Mais espaço
Como a quantidade de pessoas visitando a imagem aumentava cada vez mais, deu-se início a construção da igreja que hoje é conhecida popularmente como a Basílica Velha (foto), inaugurada em 24 de julho de 1888. O local, construído no estilo barroco, foi tombado em 8 de abril de 1982, por seu valor histórico, religioso e arquitetônico. Atualmente, diversos fiéis costumam pagar promessa andando de joelhos pela Passarela da Fé, trajeto que liga a nova matriz com a antiga e mede 389m.
Nova casa
A transladação da Imagem da Basílica Velha para a Basílica Nova aconteceu em 3 de outubro de 1982, quando as atividades religiosas no Santuário passaram a ser realizadas de forma definitiva no novo local. As obras tiveram início 39 anos antes, em 10 de setembro de 1946, quando foi lançada a sua pedra fundamental, no local conhecido por Morro das Pitas. Desde o início, a construção é mantida com doações dos devotos. No entanto, a estrutura metálica da Torre Brasília e a construção da Passarela da Fé foram patrocinadas pelo Governo Federal, através dos Presidentes Juscelino Kubitschek e Emílio Medici.
Visitantes ilustres
O Santuário nacional já recebeu três Papas: João Paulo II, em 1980, quando concedeu o título de Basílica Menor para o local; Papa Bento XVI, em maio de 2007, quando abriu a V Conferência Geral do Episcopado Latinoamericana e do Caribe; além do Papa Francisco, em 24 de julho de 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude.
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