5 mitos da aviação criados pelos filmes que fazem você ter medo de voar
Aviões já foram cenário para inúmeros filmes hollywoodianos, de comédias como "Apertem os Cintos... O Piloto Sumiu" a dramas como "Voo United 93", que mostra o sofrimento dos passageiros de uma das aeronaves sequestradas por terroristas no 11 de setembro.
Algumas das produções cinematográficas, entretanto, nem sempre dão um relato fiel dos detalhes que envolvem uma viagem aérea, criando mitos sobre o funcionamento dos aviões que acabam assustando muita gente. Quem afirma isso é o piloto Jonathan Franklin, funcionário da companhia aérea holandesa KLM e que fez uma lista de filmes que contam histórias um tanto irreais envolvendo aeronaves.
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1. Corredores secretos
No suspense "Plano de Voo", lançado em 2005, a filha da personagem da atriz Jodie Foster desaparece dentro do avião, no meio de um voo entre a Europa e os Estados Unidos. Na busca pela criança, Foster se enfia em uma enorme área labiríntica que, segundo o filme, existe no subterrâneo da aeronave.
De acordo com Jonathan Franklin, trata-se de um exagero: "Acreditem em mim: não existem labirintos secretos escondidos abaixo dos seus assentos", diz ele. "Dentro do avião, cada centímetro tem que ser usado de maneira útil". Segundo ele, não há espaços ociosos na aeronave como os atravessados por Foster em "Plano de Voo".
2. Turbulência significa perigo
Há diversos filmes que mostram aviões enfrentando momentos de turbulência, muitas vezes em cenas dramáticas nas quais as máscaras de oxigênio caem sobre os assentos, os passageiros começam a gritar e a aeronave parece pronta para despencar (um deles é "O Dia Depois de Amanhã", com Jake Gyllenhaal, lançado em 2004).
Isso, segundo Franklin, faz com que muitos viajantes da vida real fiquem morrendo de medo ao se sentar em uma aeronave. "Na realidade, turbulência é uma consequência natural dos voos de avião. Pense nela como os solavancos que qualquer carro pode enfrentar ao percorrer uma estrada. E os aviões são projetados para lidar com este tipo de fenômeno".
3. Piloto automático invadido
Pouco conhecido no Brasil, o filme "Cabin Pressure", lançado em 2002, tem uma sequência de cenas que Jonathan Franklin considera "ridícula e engraçada". Em determinado momento da história, um avião começa a ser controlado, à distância, por um homem que quer se vingar de um dos passageiros do voo (na foto acima).
"O piloto automático do voo é invadido no filme, fazendo com que a tripulação perca o controle da aeronave", conta ele. "Isso é impossível de acontecer, pois cada avião tem entre dois e três sistemas de pilotagem automática, cada um deles capaz de controlar, sozinhos, a aeronave". Ou seja: se, em uma situação irreal, uma pessoa começasse a comandar de longe um jato, os outros sistemas de pilotagem automática poderiam anular este ataque.
"E mesmo que os pilotos automáticos falhassem, os pilotos humanos poderiam assumir o controle do voo", explica Franklin.
4. Combustível bomba-relógio
Segundo Franklin, há filmes que retratam os tanques de combustível dos aviões como "bombas-relógio prestes a explodir". "Um deles é Con Air [com Nicolas Cage, lançado em 1997]. Sempre dou risada quando vejo a cena do avião caindo em Las Vegas, deixando um inferno de chamas causadas por seu combustível pelo caminho".
"O combustível das aeronaves, na verdade, é feito para ser resistente a geração de chamas: você poderia usá-lo para apagar um fósforo", afirma Franklin. "Imagine uma cachoeira de querosene caindo de um avião: é mais provável que isso apague a bituca acesa de um cigarro jogada na rua do que provoque uma explosão".
5. Queda imediata por motor avariado
Outra cena comum no mundo dos filmes: o avião tem um dos seus motores avariados e, de repente, entra em uma situação de queda iminente.
"Aviões são projetados para voar com segurança mesmo que estejam com apenas um motor funcionando", diz o piloto Jonathan Franklin. "E os pilotos também são treinados para lidar com motores que falham durante a decolagem e levar o avião de volta à pista em segurança".
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