Vale do Douro: conheça a região mais encantada de Portugal em cruzeiro
Feche os olhos e tente imaginar um lugar onde o homem e natureza convivem em plena harmonia. Veja no horizonte inúmeras tonalidades de verde, com linhas milimétricas demarcando as montanhas que apresentam as fontes de alguns dos melhores vinhos do mundo.
Volte seu olhar para a mesa que está à sua frente e sinta o aroma de um cabrito assado lentamente no forno, acompanhado de batatas e embutidos que conversam deliciosamente com a taça de vinho que está na sua mão. Agora, sinta a brisa batendo no seu rosto. Seja bem-vindo, você está em um cruzeiro que desliza lentamente sobre as águas do Rio Douro, na região mais encantada de Portugal, onde enoturismo, ótima gastronomia, hotéis fantásticos, paisagens incríveis e muita história esperam por você.
Comece pelo fim: a degustação
A chegada ao Vale do Douro pode começar pelo Porto, que conta com voos diretos de Campinas. Em seguida, visite as caves de envelhecimento do Vinho do Porto que ficam às margens do rio Douro, em Vila Nova de Gaia. As caves têm pacotes de visita com boas explicações sobre os vinhos e processos de envelhecimento. O valor pode variar de acordo com a quantidade e qualidade dos vinhos que serão degustados e as harmonizações, em geral entre 7 e 40 euros.
Hora de subir o Rio Douro
Você pode subir o rio de carro, trem, cruzeiro ou helicóptero. De carro, há inúmeras locadoras no aeroporto do Porto. Não é necessário um 4x4, mas um carro muito baixo pode dificultar sua chegada às quintas. Você terá a oportunidade de parar nos miradouros da estrada e ir aos poucos adaptando seus olhos às belíssimas paisagens. Subir o rio de cruzeiro é, sem dúvida, o passeio mais romântico. Você poderá sair do Porto, de Pinhão ou de Peso da Régua, e os valores variam de 65 a 80 euros, com pacotes que incluem almoço.
Outra possibilidade é pegar um trem até Peso da Régua e de lá outro que vai até Tua. A viagem de ida e volta pode ser feita em um dia, inclui almoço e custa 105 euros. O passeio é feito à moda antiga, com locomotivas a diesel ou a vapor. Mais uma viagem no tempo em que de um lado está o rio e do outro as videiras que deram origem a primeira demarcação de origem controlada de vinhos do mundo.
Visita às quintas
É possível visitar em um dia o Vale do Douro. Porém, é recomendável ficar alguns dias visitando as cidades da região que produz vinho há mais de 2 mil anos. Muitas quintas e vinícolas recebem visitantes e oferecem degustações de Vinho do Porto e de Vinhos DOC Douro. Sempre guiadas, os valores variam de acordo com os vinhos que serão degustados, de 10 a 95 euros. Vale a pena verificar os horários de visitas de cada uma e as experiências oferecidas. As estradas são bem sinuosas, por isso é preciso tomar cuidado.
Durante a época da colheita, normalmente em setembro, é possível se juntar aos trabalhadores e se divertir colhendo os melhores cachos, além de acompanhar o processo de fabricação do vinho. Em vinícolas como a Quinta do Panascal, o processo ainda é feito como antigamente, com pessoas fazendo a pisa das uvas com os próprios pés, de braços dados, cantando para acompanhar o trabalho por horas.
A gastronomia do norte de Portugal
Muito além do bacalhau, você vai encontrar pratos de peixes de água doce como truta, lampreia e sável. Por ser uma região com muitos campos e pastagens, também há ótimas opções de bovinos, além do Borrego Terrincho, cordeiro com menos de um ano de idade, e do Cabrito de Barroso. Todos eles têm denominação de origem protegida que certifica a qualidade da carne superior a de outros lugares. Embutidos, principalmente os de Mirandela e Chaves, que mantêm até hoje os métodos tradicionais de fabricação, também compõem a alimentação típica dessa região. A Alheira, um tipo de linguiça feita com carnes de aves, pão, muito alho e azeite também é muito apreciada.
Durante suas aventuras pelo Vale do Douro, você encontrará muitos restaurantes dentro e fora das Quintas, que oferecem um bom contato com a gastronomia local.
Um deles é o DOC, situado no coração do Douro Vinhateiro, região declarada patrimônio histórico da Humanidade pela Unesco. Lá, o Chef Rui Barbosa lidera uma cozinha que une produtos portugueses da região e pratos tradicionais, com técnicas contemporâneas. Acompanhado de uma vista incrível para o Douro e uma carta de vinhos surpreendente, é uma experiência gastronômica única, que já rendeu muitos prêmios nacionais e internacionais. Você pode escolher pratos à la carte ou os menus de degustação que custam 100 ou 180 euros (com vinho).
Em março, as amendoeiras florescem e deixam as encostas das estradas do Vale ainda mais encantadas. Uma ótima oportunidade para seguir seu caminho e visitar algumas cidades da região, como Lamego. Além de belíssima, é muito conhecida pelos seus presuntos e cerejas. O Santuário da Nossa Senhora dos Remédios, com sua escadaria barroca de 686 degraus e arte em azulejos, pode ajudar a perder alguns quilinhos que se ganha no caminho. A beleza da arquitetura eclética da Sé de Lamego, construída em 1175, também é outra visita incrível.
O Six Senses Douro Valley de Lamego é um dos hotéis mais luxuosos do Vale. Com o rio aos pés, o hotel que tem um spa com tratamentos à base de uvas e citrinos, piscina aquecida com jatos de água e piscina exterior com serviço de bar. As acomodações oferecem vistas espetaculares das vinhas. Lá você também encontra uma Wine Library, hortas orgânicas e restaurante.
Natureza intocada
O Vale do Douro não têm apenas plantações de videiras. Existem lugares que não foram explorados pela produção vinícola e que proporcionam um contato legítimo com a natureza quase intocada, como Parque Natural do Douro Internacional, que abriga varias espécies de aves ameaçadas de extinção, além de margens profundas do rio que contemplam paisagens de tirar o fôlego. Outra opção é o Parque Natural do Alvão, onde acidentes geológicos se transformam em belíssimas cascatas e cachoeiras de mais 250 metros de altura. As entradas dos parques são gratuitas.
Visita ao passado
Além de tudo isso, você também vai encontrar muita história. Pinturas rupestres do Vale do Côa e do Parque Arqueológico guardam uma longa galeria de arte do período Neolítico e da Idade do Ferro, de mais de 25 mil anos. Mais um contato com um mundo onde o presente e o passado se apresentam de formas, sabores e paisagens diferentes.
Conforme crescemos, vamos nos afastando do mundo da fantasia, paramos de enxergar a magia das coisas e a realidade, com seus prédios e ideias de concreto, que nos exigem uma racionalidade que nos afasta de um universo de contemplação. Passamos a acreditar que o encantamento só existe na inocência das crianças. Talvez lugares com fadas que voam, árvores que falam, rios de chocolate não nos atraiam mais. Mas isso não quer dizer que lugares encantados reais não existam.
*A jornalista viajou a convite da Azul Linhas Aéreas
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