Paraty para se fartar: um roteiro gastronômico pela cidade histórica
Construída ao nível do mar, a cidade de Paraty acostumou-se a ser invadida. Ora pelas águas, que chegam com a maré alta para limpar os calçamentos de pedra em estilo pé de moleque. Ora pelos piratas em busca do ouro carregado pela Estrada Real, que dali ligava o porto do Rio de Janeiro às Minas Gerais. Ora pelos turistas, que chegam atraídos pela beleza da natureza e ficam pela promessa de uma vida mais tranquila entre as casas coloniais e a cultura sempre presente no Centro Histórico.
Mas uma outra horda, de raízes mais contemporâneas, também tem-se feito cada vez mais presente na cidade fundada pelos idos do século 17, declarada Patrimônio Histórico e Natural da Humanidade, pela Unesco em julho deste ano. A dos foodies. Ou simplesmente, os apaixonados pela boa mesa. Por ter atraído, ao longo dos anos, visitantes de todo o mundo, o pequeno município histórico também acabou concentrando paladares exigentes e cozinheiros determinados a tirar o melhor dos ingredientes locais.
O resultado é uma gama de restaurantes que se tornam um atrativo extra à exuberância da região. Veja alguns destaques.
Gastromar
Um dos projetos gastronômicos mais charmosos de Paraty é, sem dúvida o Gastromar, da chef Gisela Schmitt.
Nascido como catering náutico, hoje se divide entre um exclusivo restaurante na Marina Porto Imperial, onde os pedidos para barcos também são feitos, a Casa Gastromar, um espaço de eventos e cultura no Centro Histórico, de onde saem os carrinhos que circulam durante os festivais com petiscos e bebidas, e a traineira Sem Pressa, na qual se pode aproveitar uma tarde inteira de passeio privativo pelas ilhas da região, enquanto a chef se encarrega do preparo "in loco" de pratos dignos de restaurante estrelado.
O cardápio muda de acordo com a estação, o que foi pescado no dia e a oferta disponível em produtores artesanais locais. O passeio de 5 horas com serviço all inclusive custa R$ 470 por pessoa (para grupos de 13 a 18 integrantes). É preciso agendar com antecedência.
Thai Brasil
A chef alemã Marina Schlaghaufer trouxe para a cidade, há quase duas décadas, os sabores originais da Tailândia. Com direito a folhas de limão kaffir, capim-cidreira e gengibre colhidos de sua própria horta.
Da portinha discreta na rua principal do Centro se abre um universo de cores e aromas inebriantes. Destaque para os currys (R$ 56) e o clássico pad thai (R$ 62). Se tiver disposição, comece a noite com a salada de papaya verde (R$ 26,50) e o rolinho primavera do restaurante Thai Paraty, tocado pelo ex-marido de Marina, a três quadras, depois siga para a casa original para esbaldar-se com os pratos principais.
Le Gite d'Indaiatiba
Localizado em meio à Mata Atlântica, a 16 km de Paraty, no hotel de mesmo nome, este restaurante com alma francesa compensa o desafio de encontrá-lo na estradinha de terra, sem placas (o GPS ajuda).
Comandado pela mineira Valéria Menezes e pelo francês Olivier de Corta, serve pratos cheios de sabor em meio à natureza exuberante. Tudo é feito na própria casa: chutneys, geleias, pães e massas, ravióli de taioba e mais. E muitas das frutas usadas para o ceviche ou as caipirinhas, são colhidas no próprio quintal.
Enquanto os pratos não chegam, aproveite para se refrescar na piscina com água natural ou na cachoeira próximo ao salão. Pratos para duas pessoas saem, em média, R$ 180.
Punto DiVino
Um dos restaurantes mais tradicionais de Paraty - recomendado pelo diretor da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) - o Punto DiVino, no Centro Histórico, é parada obrigatória na cidade.
É ali que moradores e visitantes ilustres invariavelmente se cruzam no fim de semana. Com extensa carta de vinhos, pratos de massas e peixes típicos da Toscana e Sicília, tem nas pizzas fininhas (R$ 40, em média), saídas do forno a lenha, seu carro-chefe.
Durante os festivais e feriados, vale chegar cedo se não quiser esperar por muito tempo na fila.
Quintal das Letras
Tem ar contemporâneo com técnicas bem aplicadas o restaurante da Pousada Literária, uma das mais disputadas da cidade. A casa é uma lufada de sofisticação e modernidade no Centro Histórico.
À frente da cozinha, o chef belga Bertrand Materne explora a tradicional culinária caiçara sob o conceito farm-to-table ("da fazenda ao prato"), resultando em pratos como de camarões grelhados com palmitos, molho bisque e aipim da horta (R$ 99).
Fazenda Bananal
Aberta para visitação desde o ano passado, a antiga fazenda da época do Brasil Colônia, localizada a sete quilômetros do Centro de Paraty, conta com museu histórico, trilhas para observação de pássaros e passeios guiados pela Mata Atlântica, galinheiro, currais, agrofloresta e horta orgânica.
É de lá que sai boa parte dos ingredientes utilizados no restaurante com menu sazonal e direito a temperinhos frescos plantados no centro de algumas das mesas de madeira. A partir desse mês, o amplo galpão também passa a servir cafés da manhã em serviço de bufê (R$ 40 por pessoa). Tudo também sob a gestão do chef Bertrand Materne, da Pousada Literária.
Quiosque Cheiro de Camarão
Pare o carro do outro lado da estrada, no quilômetro 565 da Rio-Santos, e atravesse com cuidado até a picada de mato que leva a esse paraíso da comida caiçara, mais conhecido como Quiosque da Márcia.
Pé na areia e sem afetação, é apontado como o melhor local para comer comida caseira na região. Não perca a casquinha de siri e os camarões fresquíssimos enquanto aproveita a paisagem ou um mergulho.
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