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Despesas com viagens da classe C aumentam 242% em oito anos

12/04/2011 13h12

SÃO PAULO – Os emergentes não são mais um nicho a ser explorado pelas empresas de turismo. Ao contrário, já representam 34% dos consumidores de viagens e somente no ano passado movimentaram R$ 13 bilhões.

Considerando os últimos oito anos, as despesas com viagens da classe C cresceram 242% - percentual bem acima da média dos gastos dos brasileiros de todas as faixas de renda entre 2002 e 2010, que ficou em 82%.

Segundo dados do instituto especializado em classes emergentes Data Popular, no mesmo período, as classes A e B gastaram 41% a mais com viagens. Até as classes D e E gastaram mais que as de alta renda, com aumento de 85% nas despesas.

Ao todo, os brasileiros gastaram R$ 38,2 bilhões no ano passado com viagens. Em 2002, o valor somava R$ 20,9 bilhões.

Crescimento
O aumento dos gastos dos emergentes com turismo é reflexo direto da alta da renda e do crédito voltado a esse público. Hoje, a classe C já representa 50,1% da população e movimenta sozinha uma massa de renda estimada em R$ 611,7 bilhões. O valor representa 40,1% da massa de renda dos brasileiros de todas as classes socioeconômicas, que soma cerca de R$ 1,5 trilhão.

As classes D e E também estão conquistando espaço e representam 33,7% da população. A classe D movimenta uma massa de renda que soma R$ 155,3 bilhões, segundo o Data Popular. A classe A tem uma capacidade de compra de R$ 412,3 bilhões e a B de R$ 339,4 bilhões. As duas hoje representam 16,1% da população.

Em potencial de compra de bens e serviços, a classe C se tornou a maior classe social, por movimentar sozinha R$ 881 bilhões – ou 41% do total de crédito e dinheiro disponível no ano passado.

Viagem aérea
O estudo mostra que 48% dos brasileiros que viajaram de avião nos últimos 12 meses fazem parte da classe C. Do total dos que viajaram no último ano, 42% pertencem às classes A e B e 10% às classes D e E. “Os emergentes trocam o desconforto de uma longa viagem de ônibus pela comodidade da viagem aérea”, explica o estudo.

O estudo aponta que se por um lado o conforto de uma viagem aérea conta pontos para os emergentes, a dificuldade de se entender os novos códigos e processos dentro de uma aeroporto dificultam a viagem deles.

Influência
As propagandas dos destinos turísticos não atingem tanto os emergentes, pois é com amigos e parentes que eles se informam sobre novos destinos para viagens. O estudo aponta que 22% dos emergentes são influenciados por parentes, 7% por informações boca a boca e 6% por amigos na hora de escolherem o destino.