Empunhar um sabre de luz, enfrentar o Lado Negro da Força ou desbravar galáxias distantes. Basta as letrinhas amarelas subirem na tela ao som da trilha eternizada por John Williams para os aficionados por Guerra nas Estrelas incorporarem o espírito Jedi e sonharem viver essas aventuras. Agora isso é possível.

Uma legião de entusiastas da franquia criada por George Lucas tem rumado para Orlando, nos Estados Unidos, para viver o seu sonho de Luke Skywalker na Star Wars: Galaxy's Edge, nova área temática do parque Hollywood Studios, em Walt Disney World.

Construir um droide, montar seu próprio sabre de luz, pilotar a legendária nave Millennium Falcon ou trombar com Chewbacca e os soldados stormtroopers pela rua são algumas experiências memoráveis no planeta Batuu, território inédito na saga construído com detalhes surpreendentes.

No storytelling criado pela Disney, o planeta é o refúgio de todo tipo de contraventores da galáxia e de simpatizantes da Resistência, grupo de heróis que luta contra os vilões da Primeira Ordem. Nossa repórter Mila Soares encarnou um deles e viveu em primeira mão as novas aventuras da land. Embarque com ela rumo ao universo Star Wars neste esquenta para "A Ascensão Skywalker", último filme da saga, que estreia no próximo dia 19. E que a Força esteja com você.

Star Wars: Rise of the Resistance

Stormtroopers, efeitos especiais e robôs gigantes divertem (e metem medo) na nova atração

Junte-se à Resistência

A mais nova atração da Galaxy's Edge é de meter medo. Falo com propriedade, como você pôde ver no vídeo da minha estreia na Rise of the Resistance. Mas não se preocupe: é um medo "bom", reflexo do realismo que conseguiram imprimir na experiência.

Ambiciosa e com uma imersão sem precedentes nos parques da Disney, a atração te envolve do começo ao fim e faz você ficar grudado na cadeira. Parte dessa emoção se deve ao uso de uma tecnologia sem trilhos. Os carrinhos do simulador não possuem um caminho visível. A cada curva e rodopio inesperados, algo imprevisível acontece.

A história por trás da atração é caprichada. Estamos a bordo de um transporte da Resistência que zarpa do planeta Batuu em fuga. Não vamos muito longe: a nave logo é interceptada por Kylo Ren (principal antagonista da atual trilogia) e somos obrigados a seguir as ordens do vilão. Ele nos força a entrar no imenso hangar da Estrela da Morte, a estação espacial bélica criada pelo Império Galáctico.

Confesso que nem me preocupei tanto com as imposições do Lado Negro da Força. Estava tomada de admiração em frente à gigantesca janela com paisagem interestelar. Um cenário de 30 metros que serve de pano de fundo para uma tropa de 50 stormtroopers em tamanho real, perfeitamente enfileirados. O deslumbre só foi interrompido ao perceber que estava sendo jogada em uma cela de detenção.

De repente, um rebelde aparece para nos ajudar a escapar das garras da Primeira Ordem. Durante a caçada, surgem os temidos AT-ATs. Essas máquinas de quatro "patas" apareceram pela primeira vez em "Guerra nas Estrelas: O Império Contra-ataca", de 1980. De proporções imensas na Rise of the Resistance, eles disparam contra nós. Ao mesmo tempo, sabres de luz rasgam o teto acima de nossas cabeças.

Depois dessa tensão, finalmente desaparecemos da vista de Kylo Ren. Entramos no veículo que nos devolve para o espaço, em uma mistura de simulador de voo com montanha russa, com direito a uma queda livre de tirar o fôlego - ou fazer gritar, que foi a minha reação, devidamente registrada no vídeo.

São aproximadamente 20 minutos de duração, divididos em etapas que, na realidade, são "filas" disfarçadas. Por diversas vezes, tive a fantasia de estar dentro do cenário do filme. É uma surpresa atrás da outra, em uma crescente de emoção na qual cada cena supera a anterior. Realmente, é um brinquedo impressionante onde fãs (ou nem tão chegados à saga) vão querer bis.

No comando da Millennium Falcon

Nossa repórter assume o cockpit mais famoso do cinema em uma aventura épica

Todos a bordo

O sonho de qualquer fã da saga Star War se concretiza na atração Millennium Falcon: Smugglers Run. Neste simulador de voo, você assume seu lugar no cockpit mais famoso do cinema. Gerencia os controles da nave, dispara canhões e vive uma imersão completa em uma aventura intergaláctica.

A "missão" é dada pela versão animatrônica do pirata Hondo Ohnaka, que emprestou a nave de Chewbacca e agora dá as ordens aos novos recrutas. Cada pessoa escolhe sua função na cabine: piloto, atirador ou engenheiro. A atração dura pouco mais de (intensos) quatro minutos e o resultado da epopeia é sempre diferente, dependendo da habilidade estratégica e desempenho da equipe.

A aventura, no entanto, começa antes mesmo de ser lançado ao hiperespaço - com direito ao tranco da superpropulsão. A decoração do hangar e da nave é repleta de minúcias que fazem você se sentir, efetivamente, na lendária Millennium Falcon.

O realismo é resultado de uma parceria entre os criadores da Disney e o estúdio Lucasfilm, que trabalharam juntos para garantir a autenticidade de todos os detalhes, desde mangueiras, tubulações e interruptores até adesivos no casco exterior. Os engenheiros da Industrial Light & Magic, divisão de efeitos especiais do estúdio, também colaboraram na criação da plataforma do simulador e na mídia interativa da atração.

Eu construí meu próprio sabre de luz

Depois de comandar a Millenniun Falcon em uma missão, eu já me sentia uma Jedi. Porém, faltava o artigo mais venerado: o sabre de luz. Era hora visitar o Savi's Workshop, uma oficina secreta comandada por Savi, apoiador da Resistência.

O colecionador garimpa fragmentos e peças pela galáxia com o objetivo de manter a chama da Força viva. Com o auxílio dos seus ajudantes, nós, meros mortais, temos a chance de construir a arma Jedi.

É uma experiência inesquecível até para quem não é fanático pela saga - como constatei na própria pele. A primeira parte consiste em escolher um dos quatro temas: Paz e Justiça, Poder e Controle, Natureza Elementar e Proteção e Defesa. Depois de defini-lo e pegar a placa correspondente, entramos no misterioso território de Savi.

Todo este preâmbulo faz parte de um misancene quase místico da montagem da espada estelar. Na oficina, ouvindo histórias da doutrina Jedi e embalados pela canção principal do filme, selecionamos o kyber crystal (o coração do sabre) - ou melhor, "é o cristal que elege você", segundo diz, em tom messiânico, o personagem que comanda a atração.

Depois de conectar o cristal (azul, verde, roxo ou vermelho) com o punho e a lâmina, chega o gran finale: ativar o sabre. Mesmo para mim, que não era fascinada pela história até aquela hora, foi um momento mágico. Não apenas porque pululam na memória várias cenas da Sessão da Tarde. Ao ouvir aquele som tão característico do sabre ganhando vida (impossível traduzir aqui numa onomatopeia), realmente entramos no jogo. Sim, agora eu era uma Jedi e estava pronta para enfrentar qualquer inimigo.

O preço da experiência, no entanto, também é uma luta, dessa vez contra o bolso. Custa US$ 199.99 (cerca de R$ 830), incluindo uma capa protetora para o sabre. O valor não tem afastado os candidatos a Luke Skywalker. É extremamente recomendado fazer reserva para a atração, bem como ser pontual: quem chega atrasado não pode participar e volta para casa sem reembolso. Palavra de Darth Vader.

De acordo com a mitologia de Guerra nas Estrelas, todos os acontecimentos e aventuras de Galaxy's Edge se passam entre o longa mais recente da nova trilogia e "Star Wars: A Ascenção de Skywalker", com lançamento no próximo dia 19 aqui no Brasil. A área temática também tem referências ao universo expandido da franquia e uma série de easter-eggs, spoilers da saga que só confirmaremos se vão realmente ganhar as telas com a estreia do novo episódio.

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