A semente do sonho
O passado de Anderson não parece compatível com seu feito. Desde a infância, trabalhou para reforçar a renda dos pais. Aos 17 anos, decidiu deixar Caruaru para estudar na capital. Chegou em Recife com R$ 350 no bolso.
Sem grana, começou a vender livros, brinquedos e perfumes para se manter. Em 2015, quis fazer intercâmbio na Europa. Precisava de R$ 30 mil para a viagem e o curso na Irlanda. O faro empreendedor o levou a comercializar capinhas e acessórios para celular dentro de ônibus, shoppings e ruas recifenses.
Foram três meses e média de 16 horas de trabalho diário até atingir o valor e partir para Dublin. "Quando retornei ao Brasil, voltei a vender capinhas e juntei dinheiro suficiente para abrir uma loja de acessórios para celular", conta. O negócio prosperou a ponto de tirar até R$ 25 mil por mês.
A estabilidade financeira, porém, não era suficiente. "Entendi que não era o que queria para minha vida. Era um jovem de 23 anos, ganhando bem, mas infeliz. Me questionei o que mais gostava de fazer e vi que era aprender e viajar", lembra.
Decidir visitar todos os países do mundo foi questão de tempo. "Pesquisei se alguém já tinha feito isso e descobri que não só fizeram, como conseguiram em tempo recorde e entraram para o Guinness. Pensei: se alguém fez isso, eu também consigo e posso mostrar para o mundo que o Brasil tem pessoas guerreiras, que conseguem o que quiserem, inclusive quebrar um recorde, sem serem ricas", diz.