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Dieta flexível

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Imagem: iStock / Arte UOL

Comer o que você quiser, desde que você siga alguns conceitos. Esse é o lema da dieta flexível, que também é conhecida pela frase em inglês If it fit your macros (IIFYM), que significa "se couber nos seus macro[nutriente]s".

Ranking das Dietas 2020 Notas Dieta Flexível - Arte/UOL - Arte/UOL
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Embora preze pela liberdade do paciente, é preciso estar atento para não cair em armadilhas. "Desde que você esteja dentro destas referencias, que devem ser propostas individualmente, a pessoas pode optar por vários tipos de alimentos. Por exemplo, exagerar no arroz com feijão no almoço, pode ser compensado por uma salada no jantar", explica o nutrólogo Guilherme Giorelli, um dos jurados do Ranking das Dietas VivaBem e diretor do SMEERJ (Sociedade de Medicina Esportiva e do Exercicio do Rio de Janeiro).

Por conta disso, ela ficou em 10º lugar entre as 26 dietas avaliadas no Ranking 2020. Entenda melhor sobre o método:

O que é a dieta flexível

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A primeira questão a se ter em mente é que cabe ao paciente algumas decisões. "A chamada dieta flexível é um método que visa controlar a ingestão calórica, porém mantendo uma proporção entre os macronutrientes", explica Carolina Yamin Abdelnur, nutricionista da Clínica Dra. Maria Fernanda Barca e pós-graduada em Neurociência no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEPAE).

Porém, não basta contar as calorias. "Também é preciso levar em conta a quantidade de carboidratos, proteínas e gorduras de cada alimentos, de acordo com os valores estipulados pelo nutricionista", pontua.

Para seguir esse plano alimentar, o médico ou nutricionista utiliza um método que leva em conta peso, altura e frequência de exercícios físicos praticado pelos pacientes. Com esses dados, o plano alimentar da dieta flexível indicará qual é a quantidade exata de proteínas, carboidratos, gorduras e fibras que devem ser ingeridos em um dia.

Segundo Fadlo Fraige Filho, endocrinologista, presidente da ANAD (Associação Nacional de Atenção ao Diabetes) e especialista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, a vantagem está justamente na liberdade em fazer as suas próprias escolhas. "Quando o paciente recebe uma dieta dizendo o que pode ou não pode comer, rapidamente ele enjoa e não adere ao tratamento", conta o médico sobre a sua experiência clínica.

"Isso significa que se um dia você quiser comer um pedaço de pizza ou um doce, você pode, mas é preciso manter o equilíbrio sobre as escolhas", esclarece.

Essa dieta é segura?

Segundo a nutricionista, a dieta flexível é eficiente e saudável de maneira geral. "Quando o indivíduo segue uma alimentação saudável, com alimentos naturais e de boa qualidade, e utiliza o método apenas para controlar quantidades e conseguir incluir alimentos diferentes sem medo de não atingir seus objetivos", esclarece.

Porém, o método pode não ser tão saudável quando é utilizado de maneira inconsequente e sem atenção aos nutrientes. Para exemplificar a relação, a nutricionista compara duas refeições com o mesmo valor calórico.

Refeição 1: Big Mc

  • Calorias: 483 kcal
  • Carboidratos: 43 g
  • Proteínas: 26 g
  • Gorduras: 23 g

Refeição 2: 100 g de Abacate + 100 g de Filé de alcatra grelhada + 150 g de batata-doce assada

  • Calorias: 493 kcal
  • Carboidratos: 30 g
  • Proteínas: 26 g
  • Gorduras: 25 g

"São duas refeições com aproximadamente o mesmo valor calórico e com a mesma proporção de macronutrientes, porém com composições e qualidade totalmente diferentes. Na refeição 1 temos um alimento rico em gorduras saturadas, carboidratos simples e de má digestão, carne processada e muitos corantes, aromatizantes e conservantes", diz.

Já na refeição 2, as escolhas valorizam gorduras mono e poli-insaturadas. "São importantes para a saúde cardiovascular", comenta. Além de carboidratos complexos e de fácil digestão, assim como proteínas de alto valor biológico, sem nenhum aditivo.

As vantagens e desvantagens ficam claras. "Em dias especiais, é possível incluir certos alimentos não tão saudáveis, mas que são deliciosos e fazem parte de nossa vida social, sem abrir mão de manter o foco nos resultados que propôs a si próprio", comenta.
O endocrinologista concorda e diz que é o cuidado com a própria saúde é quem vai ditar o sucesso da dieta flexível. "É preciso contar com a orientação médica ou nutricional para fazer escolhas mais saudáveis", pontua.

Alimentos permitidos na dieta flexível

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Como o plano alimentar é flexível, não existem alimentos completamente proibidos, mas sim quais são as escolhas mais indicadas. "O ideal é valorizar alimentos ricos em fibras, como frutas, legumes e verduras, que em geral trazem mais saciedade para o organismo com um valor menor de calorias", comenta o médico.

Segundo a nutricionista, um atendimento personalizado é o que determina a quantidade de calorias e macronutrientes ideais para seu organismo e objetivo pessoal. "De preferência para alimentos naturais e de boa qualidade sempre, consuma frutas, verduras, legumes, proteínas de boa qualidade, mas deixe um espacinho para aquela refeição especial que pode não ser a mais nutritiva, mas ajudará a manter o equilíbrio e constância na rotina", alerta.

A dieta realmente emagrece?

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"Se respeitados os macronutrientes estipulados, sim, o método flexível emagrece", confirma Abdelnur. Porém, é preciso também manter hábitos saudáveis e uma rotina de exercícios que mantenha o corpo em movimento.

Segundo Fraige Filho, a dieta flexível é a sua recomendação aos pacientes no consultório. "O conhecimento é fundamental para o sucesso do plano alimentar. Indico essa dieta para os meus pacientes e ensino sobre valor calórico, quais nutrientes devem ser valorizados. Dessa maneira o paciente tem mais liberdade e pode fazer boas escolhas", comenta.

Vale ou não fazer?

Segundo a nutricionista, a dieta flexível é uma ótima maneira de conhecer melhor os alimentos e aprender onde estão as calorias e macronutrientes sem deixar de aproveitar alguns prazeres da vida.

Como o método é individualizado e pode variar conforme escolhas de paladar e hábitos, não existe apenas um cardápio recomendado. "Fazer boas escolhas e valorizar os alimentos ricos em antioxidantes ajuda a manter a saúde do coração em dia", finaliza Fraige Filho.

Reportagem: Ana Sniesko