"Nunca tive crise por envelhecimento", diz cantora Simone aos 70 anos
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Dezembro está chegando e a gente já pode ouvir de longe os primeiros acordes de "Então É Natal", versão de "Happy X-Mas", de John Lennon que a cantora Simone transformou num ícone das festas de final de ano no Brasil. Mas 25 de dezembro é especial para a baiana que faz aniversário exatamente nesse dia. Em 2020 ela completa 71 anos.
Ao vê-la num programa de TV no início deste ano, fiquei impressionada não apenas com a beleza da cantora, com os cabelos lindos levemente brancos e naturais, mas principalmente com a vitalidade, a postura, a potência que ela segue tendo. Ela é de fato um exemplo do quanto envelhecer está sendo ressignificado. Em quase 50 anos de carreira, Simone se tornou uma das cantoras mais adoradas do país, fez sucesso em Portugal, dezenas de turnês pela América Latina. Jamais parou de cantar e se apresentar. Entre 2013 e 2019, Simone rodou o Brasil com 3 turnês diferentes.
Recentemente no meu perfil no Instagram (me siga lá também @silviaruizmanga) compartilhei uma das lives super animadas que ela tem feito na quarentena (já foram 32 até agora, e ela não pretende parar, já está se preparando para as próximas), e as pessoas ficaram chocadas ao saber a idade dela. Choveram comentários como: "Gente, qual o segredo?", "O que ela faz para estar tão incrível?"
A verdade é que Simone não está nem um pouco preocupada com isso, não vive do passado, sabe celebrá-lo, mas vive o presente, mira o futuro. É uma pessoa solar. É inspiradora. Bati um papo com ela sobre como ela vive essa fase tão plena.
Aos 70 anos, como você encara o envelhecimento?
Tem que aceitar, você pode ter mais idade e não ser uma pessoa velha no sentido pejorativo; os 70 anos de hoje não são os de 15 anos atrás. Sei que também sou favorecida, a minha genética ajudou, e eu colaboro, isso conta muito.
Você parece estar muito bem e em forma, com saúde. Como cuida da saúde no dia a dia? Faz exercícios, cuida da alimentação?
Faço diariamente alongamento, abdominal, na pandemia dei uma pausa, mas caminho. Fui uma jogadora de basquete, sou formada em educação física e sempre gostei de esporte. Minha alimentação é básica, sou muita chata e não gosto de coisas que dizem que não são boas. Tenho talvez a sorte de não gostar de frituras e gorduras em geral. Amo vinho.
Como você cuida da cabeça? Já fez ou faz terapia? Meditação?
Fiz e ainda faço terapias, pego umas caronas, acho importante, e meditação adoraria fazer diariamente, inclusive porque ajuda na respiração para cantar.
Você teve em algum momento alguma crise por envelhecer? Tem alguma coisa específica no processo que te incomoda? Se sim, como você lida com ela?
Nunca tive crise por envelhecimento, tem que aceitar.
Você tem que aprender envelhecer com corpo e com flacidez natural da idade.
Você sempre foi uma mulher linda. Como cuida da pele, do cabelo e do corpo? Você é vaidosa?
Sou muito prática para cuidar de mim, uso um hidratante básico sem cheiro (de farmácia mesmo) para o corpo todo e produtos de higiene.
Amo o sol, a praia, no verão tomo sol todos os dias. Sempre fui disciplinada com alimentação, exercícios, e comer com qualidade. Quando estou em casa gosto de preparar as minhas refeições com tempo e cuidado.
Como você vê a música hoje, o mercado musical? Você acompanha novos artistas brasileiros ou de fora?
Vejo meus amigos trabalhando muito e duro, criando, lutando por espaços neste momento tão difícil. Gosto de ouvir tudo, recebo músicas e trabalho diariamente ouvindo músicas para preparar o repertorio da próxima live.
Se você pudesse dar um conselho para a Simone aos 40/50 anos, qual seria?
Não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje.
Hoje em dia a indústria da música mudou bastante, tem toda uma questão de divulgação e conteúdo para redes sociais etc. Como você lida com essas inovações? Você se liga em redes sociais e tecnologia?
"Todo artista tem que ir aonde o povo está ", e o diálogo é fundamental nos dias de hoje. Eu tive que me adaptar e não me vejo reinventando, inovando. Nas minhas lives canto com meus dogs, com um celular, transmitindo por iPad e isso para mim é a grande adaptação. Foi algo natural fazer as lives, interagir, dizer que estou junto, conversar e conectar com o público, agradecer as pessoas da linha de frente na guerra contra o vírus.
A que você atribui ter chegado com tanta potência aos 70 anos?
É a música (risos) ela me leva...
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