Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
É possível dar vida nova à vagina como revelou a atriz Maitê Proença?
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
"A minha Vagina? Eu me relaciono com ela. Eu sei que ela está ali, eu olho pra ela e faço exercícios para ela. Exercícios de contração diariamente, inclusive quando estou malhando." Na semana passada, a atriz Maitê Proença, causou comoção nas redes sociais ao responder uma pergunta de um seguidor em seu perfil no Instagram questionando como ela fazia para manter a "juventude da sua vagina".
Vale frisar que a atriz, que tem 63 anos, não usou a palavra jovem, quem usou o termo foi o internauta na sua pergunta. Eu acho importante deixar isso claro porque muitas pessoas me mandaram mensagem no Instagram (me siga lá também @silviaruizmanga) incomodadas com a questão: "Nossa, mas agora vão exigir juventude até da nossa vagina?", disse uma seguidora.
Na minha visão, o que Maitê tentou dizer foi saúde e vitalidade da vagina, não exatamente juventude. Nesse sentido, acho a fala dela muito relevante. Muitas de nós passamos a vida toda sem nos "relacionarmos" com nossa vagina, sem olhar para ela. E, ao chegar na maturidade, principalmente perto da menopausa, as coisas começam a se transformar por ali. E então a gente precisa falar sobre isso.
Cerca de 50% das mulheres passam pela chamada síndrome urogenital durante a menopausa, climatério, após remoção de ovários ou tratamento para câncer de mama ou pélvico. A culpa é principalmente da queda do hormônio estrogênio que acontece nessa fase. Os principais sintomas que podemos sentir são: secura, ardor e coceira vaginal ou na vulva, desconforto ou dor durante o ato sexual, dor ou ardor ao urinar, aumento da vontade de fazer xixi durante a noite, infecções urinárias frequentes e incontinência urinária (até mesmo pequenas escapadas de xixi em situações como exercícios físicos, por exemplo). Portanto, sim, a vagina envelhece. Como todo o nosso corpo. Mas não, isso não significa que ela não possa ficar saudável e funcional para que a gente possa ter uma vida plena. Dá até para dar uma vida nova à nossa amiga com alguns tratamentos mais modernos.
Reposição Hormonal
No tempo das nossas avós talvez a menopausa significasse o fim da vida sexual. Acontece que hoje uma mulher nessa idade quer uma vida em que o sexo tem um papel importante. E aí? O que fazer? O tratamento com reposição hormonal (principalmente do estrogênio) e o uso de cremes vaginais costumam ser as opções mais usadas. Já falei por aqui sobre terapia de reposição hormonal e os cuidados que devemos ter se essa for a opção indicada. É preciso realizar uma série de exames e fazer acompanhamento de perto com o médico. Mas um dos benefícios é ajudar na lubrificação e combater a atrofia vaginal que pode causar dores na hora do sexo. Vale lembrar que mesmo que você ainda estiver menstruando, pode estar na perimenopausa e apresentar esses sintomas também. É preciso fazer exames de dosagem hormonal e avaliar seus sintomas.
Laser Terapia
Um método recente que utiliza lasers na região íntima vem ganhando cada vez mais espaço nos consultórios ginecológicos tem se tornado uma opção muito boa para quem não pode ou não quer fazer a reposição hormonal. Ou mesmo para quem faz a reposição e ainda assim precisa de um tratamento local mais específico, que deve ser avaliado por um especialista. Ginecologistas e até dermatologistas vêm usando esse tratamento com resultados positivos. Já falei aqui em detalhes sobre a terapia vaginal com laser, que basicamente ajuda a restaurar o colágeno e a elasticidade da parede vaginal usando um aquecimento provocado pelo laser na região. O tratamento ajuda nos quadros de dores e também na lubrificação.
Exercícios para o assoalho pélvico
Aqui entra justamente o que Maitê falou que costuma fazer. Exercícios para melhorar o tônus dos músculos da região pélvica, que envolvem o clitóris a uretra, vagina e ânus. Conectando os ossos do púbis, ísquios e cóccix servem de suporte para a nossa bexiga, útero e intestino. E, quando eles enfraquecem, todos esses órgãos sofrem impacto. Mais uma vez, os hormônios tem um papel nesse enfraquecimento da musculatura quando a gente chega na maturidade, Os músculos dessa região controlam a abertura do ânus, a liberação da uretra e, quando relaxam, liberamos a urina e as fezes. Quando contraídos impedem que a gente faça xixi na calça, por exemplo. Já fiz um post aqui com dicas de exercícios para o assoalho pélvico da fisioterapeuta Laura Della Negra, especialista no assunto, que devemos incluir na nossa rotina principalmente depois dos 40.
É claro que não precisamos buscar a juventude eterna, seja no rosto ou na vagina. Até porque isso não existe. Mas com certeza podemos ter uma região íntima mais saudável, com mais vitalidade e nos sentirmos melhor com ela. Sem tabu.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.