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Como lidar com o luto após a morte de um pet
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Eu tive meu primeiro cachorro aos 46 anos, nunca fui ligada em animais. Essa foi mais uma das experiências que só tive na maturidade. Dylan chegou para completar a família cinco anos atrás. Um Golden Retriever doce e companheiro. Por nunca ter vivenciado a convivência com um bichinho antes, também nunca havia tido a experiência da perda deles. Até que aconteceu, há poucos dias. Dylan se foi de um mal súbito sem explicação e sem sinais prévios. E eu não fazia ideia do quanto esse luto seria intenso para mim e para toda a família.
Recebi centenas de mensagens em meu perfil no Instagram (me siga lá também @silviaruizmanga) de pessoas procurando me consolar e contando sobre suas próprias experiências. E percebi o quanto essa é uma dor difícil de lidar. Tão difícil quanto a da perda de uma pessoa da família mesmo. Por isso procurei uma especialista em luto, a psicóloga clínica Adriana Nunan para ter orientações sobre como lidar com este momento tão delicado que compartilho aqui já tanta gente passa por isso.
"A primeira coisa que a gente precisa entender é que este é um luto que chamamos de não reconhecido ou não autorizado. As pessoas acham que, por ser um animal, não deveria haver tanto sofrimento" diz ela. É verdade. Eu mesma me senti constrangida ao faltar ao trabalho no dia seguinte da partida do meu cão imaginando que seria julgada por isso. Seguem abaixo algumas dicas que podem ajudar a gente a vivenciar esse luto da melhor forma possível.
- Reconheça o luto
Essa é a primeira coisa. Permita que os sentimentos de tristeza e angústia aconteçam, não tente reprimir ou invalidá-los. O luto é real, e ele acontece de maneira e intensidade diferentes para cada um. E o tempo do luto também pode variar de pessoa para pessoa. Meses, até anos. Respeite seu tempo.
- Faça um ritual de despedida
Segundo Adriana, um ritual por ajudar a gente a elaborar melhor a perda e dar um sentido de encerramento. Pode ser qualquer ritual que fizer sentido para você. Pode ser ter uma cerimônia de enterro do animal, um momento em família que seja relevante. No caso da minha família, escolhemos plantar uma árvore no jardim, acender uma vela e agradecer pela nossa conivência e amor do nosso cão. E também juntamos fotos e criamos um álbum de fotos físico com memórias de momentos especiais com ele. Criar uma caixa com objetos como a coleira, etc, também pode ajudar. Ou ainda fazer uma doação para um abrigo de animais abandonados.
- Fale a respeito
Conversar sobre o assunto ajuda muito a elaborar a o processo. Principalmente com pessoas que já tenham passado pela mesma situação e por isso entendem a sua perda. Não tenha vergonha de procurar um ombro amigo nessa hora.
- Explique para as crianças
É importante ser honesto com as crianças. Não é uma boa ideia mentir a elas dizendo que o pet apenas foi embora ou algo assim, que pode causar mais confusão na cabeça delas no longo prazo. Explique que você também está triste e que está tudo bem elas se sentirem assim.
- Procure ajuda
Se perceber que está muito difícil lidar com o luto sozinho, procure ajuda de um especialista, como um psicólogo especializado em luto. Não ignore o que está sentindo, muito menos a depressão. "A perda de um animal pode ter impacto grande principalmente para idosos e pessoas que vivem sozinhas", diz a psicóloga.
- Não se culpe
Esse é um sentimento comum que os tutores de pet podem sentir após a partida deles. "Eu poderia ter feito mais"; "Deveria ter ido antes ao veterinário" e outros pensamentos de culpa podem aparecer. Não deixe que isso tome conta da sua mente.
- Siga em frente
Sabemos que a vida precisa continuar, mesmo que a saudade permaneça. Procure voltar à rotina, principalmente de trabalho, atividade física e alimentação. Isso vai ajudar na saúde mental. Se tiver outros animais, mantenha a rotina deles, ainda que seja doloroso e traga memórias do pet que se foi. Nosso amigo que se foi jamais será esquecido, mas é preciso continuar a vida, cuidar dos que ficam e de nós mesmos.
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