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Rainha Elizabeth bebe até os 95 anos. Existe idade certa para parar?
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Um drink à base de gin antes do almoço. Um dry Martini durante a refeição. Uma taça de vinho logo após. Uma taça de champanhe antes de dormir. O ex-chef de cozinha do Palácio de Buckingham, em entrevista à revista Vanity Fair, contou que a rotina da Rainha Elisabeth inclui quatro drinks por dia. Agora, aos 95 anos, os médicos da monarca querem acabar com a sua festa. Na última semana circulou notícia de que eles a aconselharam a cortar a birita.
Apesar de sua saúde estar em dia, os médicos querem que ela chegue em forma para as comemorações dos seus 70 anos de reinado em junho do ano que vem. E para isso o Martini deve ficar só para ocasiões especiais.
Elisabeth, que na última semana recusou o prêmio de "idosa do ano" dado pela revista Oldie, explicando que não se considera idosa e que a pessoa "tem a idade que sente ter", não deve ter ficado nada feliz em ver um de seus prazeres ser cortado, né? Ainda mais num ano de pandemia, em que ela também perdeu o marido.
Mas, afinal, os médicos da rainha estão certos? Existe uma idade para parar de beber se a pessoa está saudável? O fato é que, quem já passou dos 50 já deve ter notado que a ressaca não é mais a mesma de quando a gente tinha 30. Segundo Vânia Assaly, endocrinologista e nutróloga, essa sensação é real, porque o nosso fígado fica menos eficiente para se livrar do álcool com o envelhecimento (e temos que lembrar que, para o corpo, o álcool é um elemento tóxico que ele precisa eliminar).
"Quanto mais tempo esse álcool permanece no organismo, mais estragos ele faz", explica a médica. E onde o álcool causa estragos nas pessoas mais velhas? No fígado, no cérebro, além de aumentar os riscos para alguns tipos de câncer e facilitar o acúmulo de gordura. Já falei aqui em detalhes como ele impacta todo o corpo de quem já passou dos 40.
Mas então a vida tem que ficar chata, um dia a gente tem que abrir mão dos bons drinks? Não! Mas a gente precisa ter consciência de que tudo tem consequências. Ainda mais com o corpo envelhecendo. Para quem está com a saúde em dia, não sofre de transtornos de ansiedade ou depressão, ou doenças crônicas, como diabetes, ou faz uso regular de certos medicamentos, dá para seguir curtindo um drink. Mas, certamente, se mantiver aquele ritmo dos tempos da faculdade, a conta vai chegar. E alta.
De maneira geral, o que os especialistas de saúde recomendam é que para quem quer beber: de preferência, deixar para ocasiões especiais, mantendo o consumo a não mais do que duas doses, estando alimentado e bebendo água entre um gole e outro. "Ah que vida chata!", você pode estar pensando. E aquela história de que uma taça de vinho ao dia faz bem? Embora estudos anteriores tenham indicado que o consumo moderado de álcool tem benefícios de proteção à saúde (por exemplo, reduzindo o risco de doenças cardíacas), estudos recentes mostram que isso pode não ser verdade.
Se quiser beber, de forma moderada, a recomendação é não passar de duas doses num mesmo dia, nem mais do que 7 no total em uma semana (e álcool não é tudo igual, veja abaixo a quantidade de cada bebida considerada uma dose). Saúde!
Uma dose padrão de bebida contém 10 gramas de álcool. Isso equivale a:
425 ml de cerveja light
375 ml de cerveja de teor médio
285 ml de cerveja forte
100 ml de vinho espumante
100 ml de vinho
30 ml de bebidas destiladas (como vodka, gin, rum ou uísque)
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