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Mulher na menopausa pode sentir orgasmo menos intenso: como melhorar

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Imagem: iStock

Colunista de VivaBem

24/03/2023 04h00

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Eu sempre repito por aqui que a menopausa é uma fase natural da vida da mulher, que marca o fim da sua capacidade reprodutiva, não o fim da vida produtiva. Muito menos o fim da sexualidade. Ao contrário, muitas mulheres, inclusive, com mais autoconfiança e se conhecendo melhor, podem ter uma vida sexual mais rica na maturidade.

No entanto, a transição hormonal também traz algumas mudanças no corpo feminino. Algumas mulheres podem até ter orgasmos mais intensos, enquanto outras podem sentir uma redução na sua intensidade. Isso ocorre devido à diminuição dos níveis de estrogênio no corpo, o que pode afetar a lubrificação vaginal, a sensibilidade e a vascularização dos órgãos genitais femininos.

Segundo a psicóloga, terapeuta sexual e educadora em sexualidade Ana Canosa, essa redução da sensibilidade genital pode também retardar o orgasmo, além de provocar a sensação de que estão menos intensos.

Mas há algumas maneiras de melhorar essa sensação e aumentar a sensibilidade da região íntima. Aqui vão algumas dicas:

  1. Use lubrificante

A secura vaginal que costuma ocorrer no climatério, além de tornar a penetração desconfortável ou dolorosa, afeta também a vulva. Um lubrificante pode ajudar a reduzir a fricção na vagina e também na estimulação do clitóris, o que pode ajudar a atingir o orgasmo através do toque sozinha ou acompanhada.

2. Aposte na estimulação íntima

Durante a transição menopáusica, o fluxo sanguíneo para a vagina e o clitóris diminui. Então é preciso estimular mais essa região. Uma boa maneira de fazer isso é usando um vibrador. Toques e massagem na região também aumentam a estimulação (aqui vale aquela máxima de que sexo não é só penetração).

3. Converse com seu parceiro

Não há motivos para se sentir culpada ou envergonhada por um processo natural que ocorre na menopausa (os homens, é bom lembrar, também vão sofrer mudanças na sexualidade com o envelhecimento, embora em geral não gostem de falar sobre isso). Colocar a questão de maneira aberta, sugerir tentar novas posições e preliminares para a hora H podem ajudar muito, além de ampliar a cumplicidade entre o casal.

4. Avalie o uso de laser genital

Atualmente os ginecologistas têm usado os mesmos lasers normalmente adotados para tratamentos dermatológicos para a região íntima. Os mais comuns são o de CO2 ou Nd:Yag e o Er: Yag. Durante o procedimento, a ponteira aquece a mucosa vaginal, atingindo precisamente o tecido elástico que envolve a vagina, estimulando os vasos sanguíneos e os fibroblastos a aumentarem a produção de colágeno, que recupera a elasticidade do canal vaginal. Além disso, a luz emitida pelo laser também estimula a produção natural de lubrificação da mulher. Toda a região da vulva e da vagina

5. Fisioterapia pélvica

Exercitar a musculatura do assoalho pélvico não apenas ajuda a prevenir escape de xixi (algo comum no envelhecimento e menopausa), como pode ajudar a melhorar os orgasmos. Já falei aqui sobre exercícios básicos para a musculatura pélvica, mas uma fisioterapeuta especializada pode indicar o tratamento individualizado.

6. Pratique atividade física

Além de melhorar a saúde como um todo e trazer mais disposição e bem-estar, exercícios físicos aumentam o fluxo sanguíneo e aumentam a produção de hormônios que são importantes para a vida sexual.

O importante é a gente saber que sexo bom, independente da idade, demanda um tipo de empenho. Isso vale para a menopausa. Mas com comunicação, um pouco de criatividade e uso dessas dicas, dá para viver uma vida sexual plena, sim, em qualquer tempo.