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'Minha estratégia é desfocar do etarismo', diz Monica Waldwogel aos 68 anos
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Nos anos 80, Mônica Waldwogel foi rejeitada duas vezes no início de carreira no jornalismo. "Estamos querendo homens", foi a justificativa que ela conta ter ouvido. Quarenta anos depois, Mônica chega aos 68 anos como uma das mais relevantes jornalistas do país em atividade. A partir da próxima segunda-feira, ela passa a comandar o Em Ponto, jornal matinal da GloboNews, ao lado de Tiago Eltz, agora das 7h às 9h30.
"Naquela época, eu entrei no modo de desfocar do machismo que existia na profissão. Não sei se essa foi a melhor maneira, mas foi a estratégia que adotei para não roubar minha energia do trabalho", conta Mônica, em entrevista ao Ageless esta semana.
Décadas depois, quando passou a perceber o etarismo à sua volta, a jornalista diz que seguiu pela mesma via. "Eu sei que existe uma disputa por postos de trabalho. Também sei que há direções no sentido de procurar novos rostos, gente jovem, eu vi mulheres sendo descartadas ao longo do tempo. Mas idade nunca teve importância para mim, Eu tenho consciência de que existe etarismo, mas tenho certeza do valor que a convivência de várias gerações numa redação traz. Eu aposto nisso."
Mônica, que agora, voltará a madrugar, como fazia na época do 'Bom Dia SP', na Globo, e no 'Fala Brasil', na Record, diz que as décadas de experiência só trouxeram vantagens. "Eu tenho uma velocidade mental para solucionar problemas que provoca uma economia de energia. Eu sou muito mais eficiente hoje do que era antigamente. O tempo traz isso."
Mas ela também garante a energia física e mental cuidando do corpo e da cabeça:
Longas caminhadas e dieta saudável
Mônica passa uma hora e meia por dia caminhando pelas ruas de São Paulo. Especificamente, pelo centro da cidade. "Eu gosto de ver a movimentação de gente por ali. E no trajeto, vou ouvindo cursos que eu gosto de fazer e me tiram da rotina do jornalismo. Neste momento, por exemplo, estou fazendo um sobre Fernando Pessoa com o José Miguel Wisnik." Ela conta que se alimenta bem, mas também não abre mão de um vinho de vez em quando, um bombom. "Eu fumo, nunca consegui parar, mas me esforço para ter uma vida saudável."
Beleza sem exageros
Mônica conta que é vaidosa, gosta de fazer sua própria maquiagem e cuida da pele no dermatologista, mas sem exageros. "Eu trabalho com o rosto, gosto de me cuidar. Você vai aprendendo o que fica bom com a idade. Eu acho que tem que dar um colorido para não ficar com aquele ar pálido. Também vou ao dermatologista uma vez ao ano, faço a troca dos cosméticos, um botox, mas tudo muito leve", diz ela. "Até porque a primeira vez que eu fiz botox eu odiei, minha expressão ficou muito paralisada."
Lição de vida de Rita Lee
Mônica esteve à frente do Saia Justa, do GNT, durante mais de uma década, e por quatro anos teve a companhia de Rita Lee no programa. Ela conta que sentiu muito a partida da ex-colega em maio deste ano. "Eu aprendi uma coisa muito importante com ela. Que o custo de ser livre não é tão caro assim. Nem sempre as pessoas se permitem ser livres. Eu sou tão grata a ela por essa descoberta. Hoje isso tem um calor enorme para mim."
Cabeça ativa
Para aliviar a cabeça dos assuntos políticos e econômicos do trabalho no jornalismo, Mônica dedica boa parte do tempo livre a atividades culturais. "Ter outros interesses é muito importante para manter a cabeça plástica e acalmar a mente", diz ela. Isso inclui idas aos concertos da Sala São Paulo semanalmente, cursos online sobre temas diversos. "A música acalma a minha mente, me ajuda muito."
Ninho vazio e avó carinhosa
Mãe de um filho único, Mônica conta que sofreu a síndrome do ninho vazio quando ele saiu de casa. "Eu chorava debaixo do chuveiro. Mas aí a gente construiu um outro tipo de relação com o tempo, que também é muito boa", diz ela, que hoje é avó de dois netos, de 3 e 15 anos que ela diz trazerem novas perspectivas para sua vida também.
"Acredito que vai acontecer uma revolução agora em relação a essa questão de idade. Porque os baby boomers, que acompanharam todos os movimentos sociais, o feminismo etc, vão reinventar os 60, os 70. Vamos continuar ativas, interessantes, com vida produtiva", diz Mônica. Assim seja!
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