Menopausa aumenta risco de infecção urinária: saiba como evitar
Se você está na peri ou pós-menopausa, é bem provável que tenha experimentado um aumento de infecções urinárias recorrentes ou tenha tido algum episódio nessa fase.
Eu costumo dizer que essa é uma das dores mais chatas e incômodas que as mulheres têm. Elas costumam surgir do nada sem causa aparente, mas são bem comuns após o sexo, principalmente.
Por volta de dois terços de todas as mulheres irão experienciar uma infecção na bexiga em algum momento de suas vidas, com a frequência aumentando com a idade. Estudos estimaram que cerca de um terço das mulheres experimentam infecções urinárias recorrentes e incontinência relacionada com a menopausa.
"Quando os ovários começam a produzir menos estrogênio, várias coisas são impactadas no corpo. Entre as que sofrem bastante são as mucosas, tanto vaginal quanto da uretra", explica a ginecologista Andréa Massad Ribeiro.
Com isso, elas perdem a rugosidade, ficam mais lisas, mais ressecadas e mais frágeis. "Consequentemente, quando a mulher tem relações sexuais ou algum trauma por exercício físico, por exemplo, ou até sem isso, essa mucosa mais lisa torna mais fácil para que bactérias que já existem na vulva e na vagina ascenderem pela uretra, podendo causar essas infecções."
Além de infecções causadas por bactérias, ela explica que podem acontecer também as famosas cistites, que são inflamações que não apresentam infecção nos exames de urina, mas causam o mesmo tipo de dor e ardor ao fazer xixi. Elas também ocorrem por atrito e por essas mucosas estarem mais sensíveis.
Outro motivo que colabora com o aumento das infecções é o enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico, o que pode levar à incontinência urinária e dificultar a eliminação completa da urina, aumentando o risco.
Como evitar Infecções urinárias durante a menopausa
Felizmente, existem várias medidas que as mulheres na menopausa podem tomar para reduzir o risco de infecções urinárias, segundo a médica.
Terapia de Reposição Hormonal (TRH): a TRH, sob a orientação de um médico, pode ajudar a aliviar muitos dos sintomas da menopausa, incluindo a secura vaginal. Isso pode reduzir a probabilidade de infecções.
Estrogênio via vaginal: segundo a ginecologista, mesmo quem não faz reposição hormonal pode consultar o médico para usar cremes à base de hormônio localmente na região íntima. A absorção é mais local do que os hormônios usados na terapia de reposição hormonal, mas pode ter contraindicação para algumas mulheres. Consulte seu médico.
Hidratação vaginal: existem hidratantes à base de ácido hialurônico que podem ajudar a manter a mucosa mais bem hidratada e menos ressecada.
Laser vaginal: existem diferentes tipos de laser que hoje são utilizados para combater a atrofia vaginal, ajudar na produção de colágeno e reduzir o ressecamento. Consulte um especialista que tenha experiência com lasers. Os mais comuns são o fotona e o laser de CO².
Higiene adequada: manter uma boa higiene pessoal, incluindo limpeza adequada após a evacuação intestinal e urinária, é fundamental para evitar a introdução de bactérias no trato urinário.
Xixi depois do sexo: sei que não é muito romântico levantar da cama logo após terminar de transar. Mas faça isso para ajudar a "jogar fora" as bactérias que podem ter subido pela uretra durante o ato.
Beber bastante água: ajuda a diluir a urina e a eliminar as bactérias do trato urinário. É importante manter-se sempre bem hidratada.
Urinar regularmente: não segurar o xixi jamais por longos períodos de tempo e esvaziar completamente a bexiga pode ajudar a prevenir infecções.
Exercícios do assoalho pélvico: praticar exercícios específicos para fortalecer os músculos do assoalho pélvico pode ajudar a prevenir a incontinência urinária.
Consulte um médico: se você estiver enfrentando sintomas recorrentes de infecção urinária, é importante procurar um médico. Eles podem recomendar tratamentos específicos ou encaminhá-la a um especialista se necessário. Infecções causadas por bactérias exigem tratamento o mais rápido possível para evitar consequências graves.
Reportagem
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